Enquanto as discussões para definir um novo modelo de pedágio no Paraná não avançam, as condições nas rodovias federais ficam cada mais precárias. A BR-369 e BR-376 que cortam Apucarana e outros municípios da região apresentam diversos problemas como buracos, mato alto e elevações em diversos trechos que atrapalham os motoristas que trafegam pelos trechos, gerando muitas reclamações. Prefeitos têm cobrado manutenção por parte do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNTI).
Comerciante Orlando Sebastião da Cruz, 61 anos, conhece bem os problemas da BR-369. Ele mora em Apucarana, mas é proprietário de um restaurante, que fica em Aricanduva, em Arapongas, e por isso trafega diariamente pelo trecho.
“Muitos buracos e mato alto que atrapalham muito, além do risco de acidentes. Eu mesmo quase sofri um acidente na saída de Apucarana. Fui desviar de um buraco e quase bati contra outro carro que vinha na pista contrária”, conta.
Orlando conta que faz o caminho diário há quase duas décadas e recorda que antes a rodovia não apresentava esse tipo de problema pois era pedagiada e recebia manutenção com frequência. “Eu não sou contra o pedágio, eu acho que deve ser cobrado um preço justo. Mas antes de retomar o pedágio nas rodovias, o governo deveria explicar para onde vai o dinheiro arrecadado com o pagamento do IPVA. Até onde eu sei, o dinheiro tem que ser usado na manutenção das vias”, questiona.
O frentista Alexandre Miranda, 39 anos, também faz o mesmo percurso diariamente. Ele é de Apucarana e trabalha em um posto de combustíveis em Aricanduva. Há dez dias, ele quase sofreu um acidente ao passar sobre um buraco nas proximidades de seu local de trabalho, na BR-369. Apesar de não ter caído, ele ficou no prejuízo.
“Saio tarde do trabalho, por volta das 22h40. Não vi o buraco e quase caí. Entortou a roda da minha moto. Ainda não consertei, mas com certeza vai ficar caro”, comenta.
O gerente de um posto de combustíveis Marcos Hashimoto, 42 anos, comenta que muitas pessoas reclamavam da tarifa do pedágio, no entanto, as condições atuais das rodovias mostram a importância do serviço para quem circula diariamente.
“A gente vê muito acidente acontecendo, e principalmente as placas, guadrail e os próprios buracos não recebem manutenção periódica”
Um ano e quatro meses após o fim dos contratos dos pedágios no Paraná, Hashimoto espera que o novo modelo de concessão que será adotado pelo governo tenha preço justo aos usuários para que as estradas voltem a receber melhorias. “Torço para que seja um preço justo, para que não deixe de ter, porque é um serviço muito importante para manutenção das rodovias”, assinala.
O estado não tem pedágio desde novembro de 2021, quando foram desativadas as 27 praças.
Prefeitos cobram manutenção das rodovias
O prefeito de Apucarana, Júnior da Femac, frisa que o município também tem feito cobranças aos departamentos responsáveis por estradas que cortam a cidade. “Estamos em frequente contato com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e com o Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER) cobrando a manutenção adequada do pavimento de rodovias de suas responsabilidades dentro do perímetro apucaranense”, afirmou.
O prefeito de Arapongas, Sergio Onofre, informou que contatou o secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Fernando Furiatti na semana passada e reclamou sobre a situação das rodovias. “Ele disse que iria mandar os engenheiros do DER de Maringá viriam vistoriar toda a região”, informa Onofre.
O prefeito de Marilândia do Sul, Aquiles Takeda, fez uma solicitação DER para o conserto de buracos e ondulações no asfalto, além da roçagem do matagal no meio dos trechos duplicados e também às margens da BR-376.
“Essa manutenção não compete ao município, mas a gente cobra porque representa a população”, frisa Takeda.
O prefeito de Cambira, Emerson Toledo, aponta problemas nos quilômetros 223 e 221 da BR-376, próximo ao pontilhão, sentido Apucarana. “O mato é muito preocupante, além de três pontos com buracos e no acesso sobre o pontilhão”, relata Toledo afirmando cobrar o DER com frequência.