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Polícia Civil pede internamento de aluno que ameaçou colega

Fernando Klein

| Edição de 30 de março de 2023 | Atualizado em 30 de março de 2023
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O menor de 16 anos apreendido nesta quarta-feira (29) em Arapongas após ameaçar, segundo testemunhas, um colega com uma arma de fogo no Colégio Estadual Irondi Pugliesi segue apreendido em uma sala na 22ª Subdivisão Policial (SDP). O delegado Bruno Delfino Sentone, responsável pelo procedimento especial de apuração de ato infracional, pediu o internamento provisório do aluno, o que deverá ser agora decidido pelo Poder Judiciário. O adolescente, no entanto, nega que estivesse armado. 

Ontem, o menor seria  ouvido no Ministério Público (MP), segundo informou o delegado-chefe da 22ª SDP, Maurício de Oliveira Camargo. Após manifestação do MP, o caso vai para análise do juiz da Vara da Infância e Juventude. 

Segundo o delegado, o menor negou em depoimento que estivesse armado.  A versão dele contradiz a afirmação de duas pedagogas que presenciaram a ameaça e do outro adolescente envolvido, que garantiram que o aluno sacou uma arma da mochila, aparentemente um revólver calibre 38.

“O menor confirma o desentendimento com outro adolescente, mas nega que estivesse armado. Ele afirma que até franqueou a entrada da casa para os policiais, que não encontraram a arma que teria sido usada na ameaça, conforme afirmação unânime das pedagogas e do segundo adolescente que estavam na sala naquele momento”, afirma o delegado-chefe.

Nenhuma arma foi encontrada pela Polícia Militar durante a vistoria na residência do menor. Segundo o delegado, o adolescente não tinha nenhuma passagem pela polícia em Arapongas. “Ainda que sem a materialidade da arma, a prova testemunhal foi suficiente para que o delegado responsável apresentasse o pedido de internamento provisório, que agora será apreciado pelo Judiciário”, assinala, acrescentando que o menor foi enquadrado pelos crimes de porte ilegal de arma e ameaça.

O delegado explica que apreensão atual tem validade de cinco dias até decisão do juiz da Vara da Infância. O menor está em uma sala específica para adolescentes na 22ª SDP, recebendo visitas do pai, que acompanhou o depoimento do filho.  

Pais pedem providências e mais segurança

Muitos pais de estudantes acompanharam o início das aulas ontem no Colégio Irondi Pugliesi, que teve segurança reforçada. Apreensivos e assustados, famílias cobram mais providências.

Juliana de Oliveira, de 37 anos, mãe de um adolescente de 13 anos, disse que o filho mandou mensagens para ela sobre uma pessoa armada na instituição e que estava trancado na sala de aula. “Esse fato deixou a gente muito preocupada, muito nervosa mesmo. Meu filho me mandou mensagem na hora, ele contou que a turma dele estava trancada na sala por segurança, pois tinha gente armada na escola falando que ia matar. Nossa, eu fiquei desesperada. É preciso ter mais segurança, câmeras, viatura, detector de metal. Enquanto isso não acontece, queremos uma viatura aqui na frente para revistar alunos. Queremos providências urgentes”, afirma a mãe. 

Irmã de aluno, Adriele Barba de Melo, de 31 anos, disse que o familiar já foi ameaçado no colégio e todos estão apavorados. “Ele tem 11 anos, estudava em outro colégio, mas quando inaugurou aqui, ele veio estudar no colégio. Não tem como sair para trabalhar e ficar com a cabeça preocupada dessa forma, ainda mais que meu irmão já foi ameaçado. Rasgaram a bolsa dele, ele nem queria estudar aqui mais. Era um colégio tão esperado e agora isso”, disse. (SÍLVIA VILARINHO)