Um fenômeno comum em grandes centros urbanos começa a preocupar a Polícia Militar (PM) de Apucarana: o uso das redes sociais e aplicativos de mensagens para alertar sobre a realização de blitz. O serviço de inteligência do 10º BPM interceptou recentemente mensagens com de alerta com horários e locais onde estão ocorrendo as operações. A PM alerta que o ato é considerado crime previsto no Código Penal e pode resultar em pena de até cinco anos de prisão.

De acordo com o capitão Vilson Laurentino da Silva, relações públicas do 10º BPM, os avisos de blitzes policiais através da internet, sobretudo pelo aplicativo de celular WhatsApp, prejudicam o trabalho policial.
“Há algumas semanas, chegaram até o nosso conhecimento mensagens em grupos de WhatsApp avisando sobre blitzes que a polícia estava fazendo naquele momento. É importante destacar que mensagens como estas são um verdadeiro desserviço a toda a comunidade, podendo, inclusive, favorecer bandidos”, ressalta o capitão, que destaca que a corporação estuda a realização de uma campanha de conscientização sobre o assunto.
“Nós procuramos orientar a população, informando que muitas blitzes são responsáveis por aumentar a segurança da cidade. Elas são importantes dentro do serviço policial. No entanto, estas mensagens podem acabar favorecendo pessoas com veículos roubados, transportando objetos de furtos, traficantes de drogas e foragidos da Justiça”, lembra.
Quem avisar sobre blitz pode ser enquadrado por atentado contra a segurança ou ao funcionamento de serviços de utilidade pública. O crime está previsto no artigo 265 do Código Penal. Caso a pessoa seja um condutor de veículo, ele pode ainda ser multado e perder quatro pontos na carteira.
“Além de ser um crime, este aviso prejudica o trabalho de segurança pública da cidade e região”, afirma.
Segundo ele, o serviço de inteligência da Polícia Militar possui a tecnologia necessária para rastrear esse tipo de mensagens. “Sabemos que existem pessoas que fazem isso na cidade. Essa prática ainda é algo novo e pequeno na cidade, mas é importante abordar a situação agora, para que ela não cresça de proporções e se torne tão difundida como acontece em cidades maiores”, afirma o policial.