Uma mega quadrilha suspeita de cometer vários crimes no Paraná e em outros estados do país foi presa, ontem, pela Polícia Civil do Paraná durante a operação “Conexão São Paulo”. Só esta organização criminosa pode ter adulterado mais de 300 veículos. Treze pessoas foram detidas e outros setes estão sendo procurados. Duas prisões foram realizadas em Arapongas.

A quadrilha é suspeita de vários crimes como furto e roubo de veículos, explosão de caixa eletrônico e até sequestro. Ao longo da ação policial, foram recuperados mais de 30 carros e apreendidas armas de fogo, munições, peças de automóveis e dezenas de documentos.
A operação, batizada como Conexão São Paulo, aconteceu em vinte cidades de três estados: Paraná, São Paulo e na Bahia. Ao todo foram expedidos 20 mandados de prisão e outros 64 de busca e apreensão. No estado de São Paulo foram detidas quatro pessoas entre elas Leandro Sá Silva, apontado como líder da quadrilha e integrante de uma facção criminosa que age dentro e fora dos presídios. Em Curitiba e na região metropolitana foram detidas sete pessoas.
Em Arapongas, segundo informações do Denarc foram detidos Alisson Ricardo Borrasca, 35 anos, e Juliano di Paula, 30 anos. Os dois foram encaminhados ainda pela manhã para Curitiba.
A investigação começou em junho de 2014 quando um veículo modelo Peugeot 307 foi roubado. Este carro foi usado num duplo homicídio que aconteceu em Campo Magro, na região metropolitana de Curitiba.
A investigação mostrou que a quadrilha roubava os veículos, fazia a adulteração neles e revendia até em sites. Os veículos foram revendidos para todo o Brasil.
“Muitos crimes começam justamente com o furto e o roubo de um carro. São estes veículos que são usados em dezenas de outros crimes como explosão de caixa eletrônico, roubos, furtos e seqüestros”, explicou o delegado Cassiano Aufiero, titular da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos, que comandou as investigações. “Agora os veículos apreendidos irão passar por uma perícia técnica para comprovação da procedência”, completou.
Segundo o delegado, os veículos roubados eram adulterados e depois revendidos por um preço bem inferior ao praticado no mercado. “Estimamos que durante os últimos dois anos esta organização criminosa tenha adulterado mais de 300 carros”, disse Aufiero.
Durante a investigação os policiais descobriram que nem todos os veículos furtados e roubados eram revendidos após a adulteração. Alguns deles eram levados para o Paraguai e trocados por drogas e armamentos pesados como submetralhadoras e fuzis. “Os carros roubados aqui no Paraná serviam como moeda de troca no Paraguai. Este armamento depois era direcionado tanto para criminosos aqui no nosso estado quanto para São Paulo”, disse o delegado-geral da Polícia Civil do Paraná, Júlio Reis.