O preço alto da energia elétrica tem incentivado os produtores rurais da região a investirem em painéis de energia solar. A adesão ao sistema fotovoltaico vem crescendo, sobretudo, por ser uma energia limpa, sem impacto ambiental e que pode gerar economia de até 95%, em média, nos gastos com a conta de luz. Outro fator que está impulsionando ainda mais a adesão é o programa do Governo do Estado, o RenovaPR, que até novembro registrou mais de R$ 2,4 milhões em investimentos na região de Apucarana (leia no box).
O agricultor e pecuarista Luiz Carlos Betke, proprietário da Cabanha Santa Natália que cria ovinos em Novo Itacolomi, viu no sistema fotovoltaico a oportunidade de baixar seu gasto com energia elétrica, que chegava a R$ 5 mil por mês. Produzindo sua própria energia ele modernizou sua produção e ainda reduziu os custos na conta de luz. De acordo com ele, após a instalação do sistema, a última fatura da Copel veio no valor de R$ 80, uma queda de 98,4%. Para a instalação foi necessário um investimento de R$ 250 mil, que serão pagos no prazo de cinco anos. Segundo ele, o negócio foi muito vantajoso já que o sistema tem vida útil de até 25 anos.
Betke conta que pesquisou sobre energia fotovoltaica há pelo menos três anos antes de fazer a adesão e acredita ser a opção mais econômica e sustentável de energia limpa.
“É um sistema que está em ascensão devido ao alto custo da energia elétrica, por conta do baixo fluxo de chuvas e crise hídrica que o nosso país está enfrentando”, aponta.
Em Apucarana, a adesão de energia fotovoltaica também está avançando. O avicultor e agricultor Juliano Rosa também instalou o sistema em sua propriedade, e entre as principais vantagens do sistema, foram a economia e a vida útil do sistema que mais atraíram o interesse dele.
“Por se tratar de um sistema com vida útil de 30 anos e um período de reembolso de 6 anos aproximadamente, mesmo que de alguma forma no futuro venha a ser taxada, acredito que mesmo assim teremos no mínimo, uma economia de 50 % ao mês”, ressalta.
De acordo com ele, o custo de financiamento e manutenção do sistema será o mesmo praticamente do custo da energia elétrica. “O que vamos realmente economizar e lucrar será a partir do 6º ano quando acabar o financiamento”, comenta.
Rosa afirma que a geração de energia solar deve se tornar uma tendência tanto para empreendimentos comerciais quanto residenciais, uma vez que esse modelo energético é também renovável e inesgotável, sem gerar impactos ambientais.
Mais de R$ 2,4 milhões foram aplicados
para adesão do sistema na região
Em 115 dias de vigência, o Programa Energia Rural Renovável (RenovaPR) já cadastrou 1.413 produtores interessados em modernizar suas propriedades, com a possibilidade de financiar projetos de energia renovável a juro zero para agricultores, o Paraná. Na região já foram aplicados até 17 de novembro mais de R$ 2,4 milhões, conforme dados do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR), nos municípios de Apucarana, Arapongas; Sabáudia, Jandaia do Sul, Cambira, Bom Sucesso, Novo Itacolomi, Kaloré, Marumbi, Califórnia, Marilândia do Sul, Rio Bom e Mauá da Serra. Em todo o Paraná o valor aplicado pelo programa ultrapassa R$ 244 milhões.
O gerente regional do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR), Romeu Suzuki explica que o programa dá oportunidades para que os agricultores tenham condições de gerar sua própria energia, diminuindo o gasto mensal.
“Como um dos instrumentos para solução, o Sistema Elétrico Brasileiro e seus normativos preveem o uso da energia solar como forma de ampliar a oferta e reduzir custos aos consumidores mediante produção própria”, afirma.