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Recenseadores do IBGE relatam dificuldades na coleta de dado

Fernando Klein

| Edição de 31 de agosto de 2022 | Atualizado em 31 de agosto de 2022
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dificuldades na coleta de dado

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Quase um mês após o início do Censo 2022, recenseadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) relatam uma série de dificuldades para realizar a coleta de dados em Apucarana. Os problemas vão desde atrasos de pagamento, problemas com o equipamento e hostilidade de moradores. Por isso, 10% dos contratados nos testes seletivos realizados até agora desistiram ou ainda não começaram ainda o trabalho na cidade. 

A situação registrada em Apucarana não é diferente da maioria dos municípios do Brasil, segundo relatos que vêm ganhando as redes sociais. 

A recenseadora Mara Lúcia Teixeira do Amaral, 65, está atuando no centro de Apucarana desde o começo do mês. Ela afirma que ainda não recebeu sequer a ajuda de custo de R$ 200 prevista durante o período de treinamento. Maria Lúcia relata problemas com o equipamento e também dificuldades com alguns moradores. 

“Algumas pessoas não querem responder e pedem para gente voltar mais tarde. Outras não gostam das perguntas e reagem agressivamente. Há também aquelas que mostram desconhecimento sobre o Censo e também não querem responder”, afirma. 

Ela ainda não conseguiu terminar o primeiro setor, quando poderá receber pelo trabalho realizado. “Ainda estou na metade”, revela a recenseadora, que trabalhou no Censo de 1980 do IBGE. “Naquela época era tudo no papel. Era bem diferente”, lembra. 

O recenseador Fabiano Batista Silvério, 40, reclama da demora no pagamento. Ele recebeu a ajuda de custo de R$ 200, mas ainda aguarda pelo dinheiro do trabalho após concluir o primeiro setor. “Faz 12 dias que terminei (o primeiro setor) e ainda não recebi”, diz. 

Fabiano conta que trabalhou no Censo de 2010 e afirma que o sistema atual não é tão ágil. “O problema é que a supervisão precisa retornar ao setor já concluído e conferir algumas informações por amostragem, mas isso está demorando demais e, enquanto esse trabalho é feito, a gente não recebe”, afirma. 

Atualmente, ele está atuando no segundo setor, localizado na região do Núcleo da Fraternidade. O primeiro setor, na área central, contava com 300 domicílios. “Não estou tendo problema com os moradores. Nesse aspecto está tranquilo”, contrapõe. 

Há casos também de recenseadores que desistiram. Uma apucaranense de 24 anos, que optou por não divulgar o nome, conta que abandonou o trabalho por falta de recebimento. “Ainda não recebi a ajuda de custo do treinamento. Me falaram que iria ser liberada a ordem de pagamento após uma semana. Fui tentar receber no prazo informado e não estava disponível. Comecei a trabalhar no setor e comuniquei meu agente supervisor. Ele disse que iria repassar a informação da falta de recebimento para os responsáveis. Depois de três semanas indo no banco, não havia nada ainda”, conta.