Os preços dos medicamentos estão mais caros em alguns estabelecimentos de Apucarana, após reajuste de 4,5% autorizado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos, vinculada a Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O percentual foi definido com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e deve pesar principalmente no bolso de quem faz uso contínuo de medicamentos.
Na farmácia gerenciada por Marcos Simplício os medicamentos já estão com preços novos. “Já tem preço novo, já está valendo. O reajuste foi aplicado a todos os medicamentos”, afirma.
Em outro estabelecimento da cidade, os preços continuam os mesmos da semana anterior, sem alteração. Dener Cristian Alves, relações públicas da farmácia acredita que os novos valores sejam praticados partir de quarta-feira (3). “Nós dependemos da indústria que atualiza os preços no sistema e os novos preços ainda não foram repassados. No nosso caso funciona dessa maneira”, explica.
Na opinião de Alves, a população em geral sentirá a alta, principalmente as pessoas com renda menor. “Qualquer um que depende de medicamentos sentirá a alta, obviamente uma pessoa que tem renda menor e destina uma parcela grande de seus ganhos para a compra de medicamentos sentirá mais”, opina.
O economista Rogério Ribeiro, professor do campus apucaranense da Universidade Estadual do Paraná (Unespar) explica que a resolução cumpre um ritual burocrático para atender a indústria farmacêutica e o comércio atacadista e varejista e, segundo ele, os aumentos podem ser maiores do que o índice anunciado. “O aumento de 4,5% será aplicado sobre o valor da tabela e não sobre o preço praticado ao consumidor”, explica.
O economista explica que o CMED autorizou um aumento de 5,6% no ano de 2023, porém os produtos farmacêuticos tiveram aumentos entre 5,63% e 14,67%, de acordo com dados do IPCA/IBGE. “O que irá acontecer é que os índices na tabela serão 4,5%, mas os descontos para o consumidor podem reduzir. Isto, na prática, representa um aumento maior do que o praticado atualmente”, analisa.
Conforme o economista, o acumulado do IPCA de 12 meses de março/2023 a fevereiro/2024 os medicamentos já apresentaram reajustes de até 12,78%. “Então este aumento, na prática, já foi feito e agora irão reajustar a tabela”, reitera.
REAJUSTE
Neste ano, o reajuste do preço máximo foi igual ao índice da inflação e deve atingir cerca de 13 mil produtos. O incremento já era estimado pelo Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma).
O Ministério da Saúde informou em nota que o percentual é o menor praticado desde 2020 e que “não é um aumento automático nos preços, mas uma definição de teto permitido de reajuste”.
As farmácias podem aplicar esses 4,5% de reajuste de uma vez ou “parcelar” esse aumento ao longo do ano. Mas, até março do ano que vem (quando a Câmara de Regulação deve soltar nova regra), farmácias e fabricantes não podem aplicar reajustes maiores que esse.