ABRAHAM SHAPIRO

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A polarização chegou nas empresas

Da Redação

| Edição de 19 de maio de 2025 | Atualizado em 19 de maio de 2025

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Nas organizações de hoje, o maior colapso não está no fluxo de caixa — está no fluxo de conversas. Discussões ideológicas inflamadas, insinuações maldosas, ironias camufladas e microconflitos persistentes têm corroído silenciosamente o ambiente. A polarização que antes agitava apenas as redes sociais agora infiltra-se no cafezinho, nas reuniões e até nos e-mails corporativos. O resultado? Clima tóxico, colaboração enfraquecida, comunicação bloqueada.

Grupos se retraem em bolhas, reuniões viram duelos velados e qualquer opinião vira risco. A liderança, quando omissa, torna-se refém de um clima de insegurança onde ninguém mais se sente livre — nem para dizer, nem para silenciar.

É preciso dizer com clareza: empresa não é tribuna ideológica, nem campo de batalha de egos. Mas tampouco pode ser cemitério de opiniões. Ignorar conflitos é irresponsabilidade. Estimulá-los em nome da “liberdade” é negligência. É dever da liderança colocar ordem.

O que sustenta uma empresa é o propósito coletivo, o respeito recíproco e a maturidade nos diálogos. Quando a ideologia de uns tenta se impor à missão de todos, o negócio desanda — por dentro e por fora.

Se este cenário já ronda sua equipe, a hora de agir é agora. Estabeleça regras claras de convivência. Promova escuta qualificada, não confronto gratuito. E lembre a todos que divergência de ideias é aceitável — desde que o objetivo comum esteja acima das vaidades pessoais. Porque uma empresa dividida em lados que se detestam… está fadada a desabar.