Você se lembra de uma propaganda que dizia: desapega, desapega!
Já parou para pensar no que significa o apego à imagem de uma pessoa? No apego à riqueza e ao status? No apego a um lugar ou a um momento político, a um emprego, à carreira, a um estilo de vida?
A verdade é que todo apego representa alto nível de perigo. O risco reside no fato de, quase sempre, estar fora das nossas escolhas racionais.
O filósofo Epicteto falou sobre algo a ser lembrado sempre: “Se você tem algo querido fora da sua escolha racional, você terá destruído a sua capacidade de escolha”. Percebe a seriedade por trás de tudo isso?
O apego causa infelicidade. O tempo que dedicamos à relação – seja com o objeto, seja com a situação ou com a pessoa –, está completamente fora do nosso controle. Depois que nos apegamos, não queremos soltar mais e já agimos sem pensar, como ratinhos numa roda dentro de uma gaiola.
Tudo o que não escolhemos com o uso da razão compromete o nosso senso de mudança. E as consequências disso, num mundo em que tudo muda o tempo todo e cada vez mais rápido, são desastrosamente drásticas.
Todo ser humano deveria saber que temos certas coisas por algum tempo e depois as perdemos. Tudo a que somos apegados pode ir e vir. No entanto, o que elegemos por escolha pensada é resiliente e adaptável. Quanto mais cedo nos tornarmos conscientes disso, será melhor, mais fácil de aceitar e de provocar adaptação ao que, de fato, acontece.