ABRAHAM SHAPIRO

min de leitura - #

O drama dos ‘nem-nem’ para a economia

Da Redação

| Edição de 22 de janeiro de 2024 | Atualizado em 22 de janeiro de 2024

Fique por dentro do que acontece em Apucarana, Arapongas e região, assine a Tribuna do Norte.

O grupo conhecido como “nem-nem”, composto pelos jovens que não estudam nem trabalham, representa um enigma na economia brasileira. 

Em 2022, pesquisas apontaram que, engajados no mercado de trabalho, esses jovens poderiam ter contribuído com mais de R$ 46 bilhões ao Produto Interno Bruto do Brasil. No entanto, sua importância vai além da força produtiva: eles trariam diferente dinâmica e ideias inovadoras essenciais para a economia.

A ausência desses jovens gera impactos tanto imediatos quanto a longo prazo. 

A curto prazo, falta o salário para eles e, por extensão, o poder de consumo, que é essencial para a economia. 

A longo prazo, a preocupação é mais grave, com anos de produção e contribuição para a previdência social perdidos. Para se ter ideia, um aumento de R$ 1 na renda média dos jovens tem o poder de elevar o PIB em mais de R$ 1,6 milhão.

Esses jovens representam um em cada cinco brasileiros entre 18 e 24 anos. Com quase 11 milhões nessa situação, o Brasil ocupa o segundo lugar no ranking global dessa categoria. É claro que nem todos não estão assim por escolha própria. Mas entre os que têm oportunidade, muitos buscam flexibilidade, como vestimentas informais e horários variáveis – coisas para que algumas empresas não estão preparadas para oferecer e outras resistem no conservadorismo. Além disso, sabe-se que dois em cada cinco jovens prefeririam mudar de emprego a trabalhar em regime totalmente presencial.

Adaptações no ambiente de trabalho para atrair e reter talentos jovens passam a ser definitivas, o que acabará sendo uma necessidade se quisermos revitalizar e dar sustentabilidade à economia nacional.