A reunião era às 10h. Chegaram quatro. — “Vamos esperar o resto do pessoal.”
10h15: começa com seis. Faltam cinco que foram convocados? Azar o deles.
Seguem 30 minutos de papo solto. Um reclama do sistema, outro comenta do trânsito, alguém solta uma história do cachorro que ficou doente. Depois, claro, os clássicos dez minutos: — “Mesmo, quem ficou responsável por isso?”
Ninguém sabe.
11h10: — “Gente, preciso sair, tenho outra reunião online.”
Fim da reunião. Nada decidido. Próximo passo? Ninguém nem pensou nisso.
Na semana seguinte: de novo. Mesmo horário, mesmos rostos, mesmas falas. O mesmo teatrinho corporativo. E você ali, com a sua alma pedindo socorro.
Agora sinta o drama: isso rouba cerca de 15 horas por semana. Quarenta por mês. Quinhentas por ano. É meio ano da sua vida assistindo reunião sem roteiro e sem rumo. E depois ainda vem a cobrança: — “Cadê a produtividade?”
Ela está presa na sala de reunião, sentada ao lado do bom senso.
Vamos ao ponto: reunião sem pauta é como ônibus sem motorista. Começar atrasado é desrespeito. Terminar sem conclusão é pura incompetência.
Mas ninguém diz nada, porque hoje todo mundo tem que parecer “gentil”, “colaborativo” e “emocionalmente saudável”. Só que gentileza não é sinônimo de passividade.
Quer mudar? Comece assim: aceite reuniões só com pauta enviada no dia anterior. Chegue no horário, e saia com um plano: quem faz o quê, até quando.
Caso contrário, marque um café. Ao menos é mais sincero.