ABRAHAM SHAPIRO

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Reunião ou roda de conversa?

Da Redação

| Edição de 22 de dezembro de 2025 | Atualizado em 22 de dezembro de 2025

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A reunião era às 10h. Chegaram quatro. — “Vamos esperar o resto do pessoal.”

10h15: começa com seis. Faltam cinco que foram convocados? Azar o deles.

Seguem 30 minutos de papo solto. Um reclama do sistema, outro comenta do trânsito, alguém solta uma história do cachorro que ficou doente. Depois, claro, os clássicos dez minutos: — “Mesmo, quem ficou responsável por isso?”

Ninguém sabe.

11h10: — “Gente, preciso sair, tenho outra reunião online.”

Fim da reunião. Nada decidido. Próximo passo? Ninguém nem pensou nisso.

Na semana seguinte: de novo. Mesmo horário, mesmos rostos, mesmas falas. O mesmo teatrinho corporativo. E você ali, com a sua alma pedindo socorro.

Agora sinta o drama: isso rouba cerca de 15 horas por semana. Quarenta por mês. Quinhentas por ano. É meio ano da sua vida assistindo reunião sem roteiro e sem rumo. E depois ainda vem a cobrança: — “Cadê a produtividade?”

Ela está presa na sala de reunião, sentada ao lado do bom senso.

Vamos ao ponto: reunião sem pauta é como ônibus sem motorista. Começar atrasado é desrespeito. Terminar sem conclusão é pura incompetência.

Mas ninguém diz nada, porque hoje todo mundo tem que parecer “gentil”, “colaborativo” e “emocionalmente saudável”. Só que gentileza não é sinônimo de passividade.

Quer mudar? Comece assim: aceite reuniões só com pauta enviada no dia anterior. Chegue no horário, e saia com um plano: quem faz o quê, até quando.

Caso contrário, marque um café. Ao menos é mais sincero.