Ressentimento no ambiente de trabalho não é um fenômeno exclusivo de uma posição ou setor. Ele é democrático em sua toxicidade; infiltra-se em todos os níveis hierárquicos. Quem nunca sentiu a frustração de lidar com pessoas que abusam de sua flexibilidade? Ou a indignação ao testemunhar colegas sendo tratados como se tivessem privilégios especiais? Talvez a exaustão de investir tempo e energia em quem simplesmente não se compromete?
Esse sentimento é um coquetel explosivo de raiva, frustração e amargura, servido em doses amargas quando nos percebemos injustiçados ou subvalorizados. Ressentimento é traiçoeiro: ele cresce no silêncio, como ervas daninhas que sufocam relações, produtividade e até a saúde física e mental. Sim, ele é tão sedutor quanto um inimigo que convida ao colapso, causando estresse crônico e até problemas cardíacos. Charmoso, não?
A boa notícia é que existe um antídoto. Tudo começa com a identificação da causa: “O problema é real ou uma projeção da sua percepção?”
É essencial abaixar as armas – o desejo de estar sempre certo é um escudo que não resolve conflitos. Exercitar autocrítica não é fraqueza; é maturidade.
Transforme ressentimento em ação construtiva. Estabeleça limites claros, alinhe expectativas e, quando necessário, converse. Não qualquer conversa, mas aquelas orientadas pela “comunicação não violenta”, que dizem “isso me afeta” sem teatralidade desnecessária.
E se, mesmo assim, nada mudar? Deixe ir. Perdão não é sobre ser complacente, mas sobre libertar-se da sua carga emocional. Até porque enquanto você carrega esse peso, o outro provavelmente está vivendo a vida sem preocupações.
Você merece viver mais leve. Como os Beatles sabiamente cantaram: Let it be, pois, a sua paz vale mais que tudo.