Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi” (Jo 15,16). Como outrora os discípulos, também hoje somos escolhidos e amados por Deus, Dele recebemos tudo o que é preciso para Nele viver dignamente! A dignidade humana é infinita, pois a recebemos como dom Divino e, sem méritos próprios de nossa parte, Deus a infundiu em nós ao nos criar à Sua imagem e semelhança. Esse dom maravilhoso, de sermos verdadeiramente dignos filhos de Deus é gratuito, nos é dado livremente, independentemente de nossa vontade!
A responsabilidade de viver dignamente, conforme o desejo do Criador, depende de nossas escolhas. Temos a liberdade para decidir entre cultivar ou negar esse dom em nós, vivendo segundo a vontade do Criador ou de qualquer jeito, segundo a nossa própria vontade. Sempre é tempo de tomar posse desse dom que é um grande presente a ser zelado durante nossa existência, a fim de, na eternidade, gozemos da plenitude na Trindade Santa.
Somente pelo exercício da fé e guiados pelo Espírito Santo, essa Verdade de Deus será compreendida, aceita e vivida pelo homem. Nem mesmo o pecado tira do homem o fato de ter em si a imagem e semelhança de Deus, ou seja, nada tira a dignidade infinita do ser humano. Viver dignamente, segundo o plano de Deus exige uma resposta consciente, concreta e constante ao chamado do Pai. Essa resposta é livre, visto que somos filhos e não escravos e, tendo em nós o livre arbítrio, escolhemos permanecer ou não em Deus. Ao dizer sim a Deus, de forma livre e consciente, o homem busca crescer progressivamente num constante aprendizado e amadurecimento, que o permite discernir em suas escolhas diárias, levando-o a viver à altura da dignidade Divina. Cristo, confirmando a dignidade que recebemos do Pai, chama-nos a permanecermos em seu Amor, afirmando que nos ama como o Pai O ama: “Como o Pai me amou, também eu vos amei; permanecei no meu amor.” (Jo 15, 9).
O aspecto mais sublime da dignidade humana está na vocação do homem em ter comunhão com Deus, seu Criador! Ora, ao entender e aceitar essa Verdade, criamos intimidade com o Pai e somos capazes de dialogar com Ele. A oração pessoal, que brota do coração aberto às Graças do Alto é o diálogo mais íntimo entre a Santíssima Trindade e a criatura mais perfeita e amada: homem e Deus em sintonia e comunhão. O fruto da unidade com o Pai e Filho e Espírito Santo se faz presente e se espalha ao meu redor quando eu reconheço, com genuína e verdadeira humildade, que todo ser humano possui em si a mesma dignidade Divina e infinita. Pelo dom do Espírito Santo com o qual fomos selados, aprendamos a olhar nosso próximo com o mesmo respeito, amor e misericórdia com que Deus olha para nós. Roguemos à Virgem Maria o auxílio necessário para viver dignamente os planos de Deus.