O Senhor volte para ti o seu rosto e te dê a paz!’ (Nm, 6-26)
Reconforta-nos iniciar 2026, Dia Mundial da Paz, com a Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus. Que ao longo deste ano, em nossas orações diárias supliquemos sua benção maternal sobre nossa Diocese e todo o povo que a compõe: “Nossa Senhora de Lourdes, vosso povo clama: socorrei e abençoai a Diocese de Apucarana!”.
A Ela, Mãe amorosa, acorramos, nós, ‘os degredados filhos de Eva’, conforme recitamos no “Salve Rainha”, com extrema confiança de que somos ouvidos e nossas súplicas chegam a Cristo. Que em nossas intenções diárias não falte gratidão e uma prece pela paz! Paz, palavra tão pequena, porém, de uma importância imensurável!
Os Anjos cantaram ‘Glória a Deus no mais alto dos céus e na terra paz aos homens, objetos da benevolência divina’ (Lc 2,14). Jesus nasceu para nos dar a paz. Não uma paz passageira e sim, uma paz que brota do Coração do Pai, de onde nos foi dado o sopro da vida! Por isso, supliquemos sempre: ‘Ó doce Senhora de Lourdes, Mãe e Rainha da Paz, ajudai-nos a construir a paz; sede nosso socorro de janeiro a janeiro!’
Sob a Luz do Espírito Santo, unidos à Virgem de Lourdes, temos a missão de construir a paz. “Paz Desarmada e Desarmante”, conforme nos exorta o Santo Padre, o Papa Leão XVI em sua mensagem para o 59º Dia Mundial da Paz, celebrado neste 1º de Janeiro. Impossível ficarmos inertes ou indiferentes aos conflitos armados e sangrentos que ocorrem mundo afora. Guerras intermináveis, conflitos armados, são tantas as disputas e intolerâncias cujos resultados afetam sempre os mais fragilizados e indefesos.
Combates armados que perduram por tanto tempo que parecem cair no esquecimento humano. Imenso perigo: acostumarmos com a guerra, como se fosse algo comum, ficarmos indiferentes diante do sofrimento e da destruição de povos, sejam eles quem forem! Deus nos livre da indiferença às guerras!
A paz existe e é para todos, sem distinção! Cristo Ressuscitado saudou os seus dizendo “A paz esteja convosco” (Jo 20, 19-21) e nós, somos herdeiros dessa saudação. Jesus deu-nos a sua paz, uma paz concreta, ensinando que ela precisa ser construída, vivida e alicerçada na perseverança.
Não uma paz passageira, para alguns, mas para que todos possam usufruí-la, com respeito e fraternidade, vencendo as diferenças e caminhando juntos, na fé e na esperança. A paz desarmada começa dentro de nós, quando desarmamos o nosso coração.
Quando, ao invés de retrucar as ofensas que recebemos, nos calamos e, como a Virgem Maria, respondemos com oração. A paz acontece quando decidimos perdoar, mesmo quando ainda sentimos a dor da mágoa e, doloridos, perdoamos e rezamos por quem nos magoou.
A paz desarmada se realiza quando aceitamos o outro com seus defeitos, reconhecendo que também temos os nossos. E, a paz é desarmante quando, mesmo diante do insucesso das tentativas de reconciliação, tentamos de novo, e de novo, e não deixamos de prestar auxílio a quem nos é indiferente.
Pequenos gestos, atitudes particulares e cotidianas que realmente sejam demonstração de paz e quebra de barreiras entre pessoas nos ajudam a chegar a gestos maiores que podem unir comunidades inteiras na prática perseverante e pacífica da construção de relacionamentos menos agressivos e mais saudáveis. A paz começa dentro de nós e ela, a paz, sempre será mais forte do que as trevas!