BISPO DOM CARLOS JOSÉ

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Em Deus, vivemos, nos movemos e existimos (At 12,28)

Da Redação

| Edição de 18 de setembro de 2024 | Atualizado em 18 de setembro de 2024

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"Não vos inquieteis, dizendo: ‘Que havemos de comer?’ ‘Que havemos de beber?’ (Mt 6,31). Oramos ao Pai-Nosso que a Vontade Dele seja feita já, em nós e através de nós, expressando nossa adesão ao seu Reino de Amor e o nosso desejo de caminhar na santidade para, após nossa morte, sermos admitidos na eternidade pela Bondade e Misericórdia Divinas.

Quão rica em ensinamentos é a Oração do Pai-Nosso e como nos torna íntimos do Pai esse diálogo amoroso quando passamos a entender o significado de cada palavra, cada frase, afirmação ou pedido renovados tantas vezes ao dia. Depois de suplicarmos que seu Reino venha até nós e sua vontade seja feita, clamamos com confiança: ‘o pão nosso de cada dia nos dai hoje’. Ao dizermos ‘dai-nos o pão’, estamos reconhecendo nossa total confiança na Bondade do Pai e, mais ainda, estamos afirmando nossa pertença a Ele, nossa dependência do Senhor que nos deu a Vida, nos fez semelhantes a Ele.

Pode parecer uma frase solta no ar, mas não é. Ao contrário, pedir que Deus providencie o pão nosso, sela a Aliança entre Criador e criatura: somos Dele e Ele é Nosso Pai Providente, que não nos deixa à deriva, mas que permanece atento às nossas súplicas e carências. Criados por amor, somos amados e, amados pelo Criador, somos por Ele sustentados e esse sustento é diário, constante, nunca estamos abandonados quando cremos e aceitamos que Dele dependemos.

Esse pedido ‘dai-nos’, nos tira do egoísmo e da vaidade do ser melhor que os outros ou mais necessitados e nos leva a enxergar além do pessoal, faz-nos sair de nós mesmos para pedirmos que o pão de cada dia seja dado também ao nosso próximo, aos necessitados, aos que passam por provações e sofrimentos. Faz-nos lembrar que diante de Deus, todos somos iguais. Aqui é importante nos atentarmos para a necessidade da partilha e a pedir apenas o suficiente, pois, se pedimos o pão a cada oração que fazemos e devemos orar sempre, todos os dias, não há necessidade de acumular ou esbanjar, pois Deus, em sua Benevolência, suprirá a cada dia, nossas necessidades.

Quem confia no alcance de sua oração e crê na Providência Divina não se inquieta, pois o ‘pão nosso de cada dia’ é o suprimento das demandas naturais diárias de todo filho de Deus. Que aprendamos da Senhora de Lourdes a humildade da entrega absoluta na Providência Divina.