O prefeito de Arapongas, Rafael Cita (PSD), anunciou ontem o programa “Adote um Projeto”. Pela proposta, o município vai pedir aos empresários, engenheiros, arquitetos e outros profissionais - respeitando as questões éticas de cada profissão - para que doem projetos à Prefeitura. Segundo ele, com o volume de trabalho atual da Secretaria de Obras, uma ajuda apressaria o processo. “a Secretaria de Obras está a todo vapor, em um ritmo muito acelerado, com engenheiros, arquitetos, toda a equipe fazendo projetos de obra pública. Mas quanto mais projetos a gente tiver, mais recursos a gente consegue captar. Quando, no slogan do governo, a gente coloca ‘Nossa Cidade, Nosso Compromisso, a ideia é essa: fazer uma administração conjunta”, destaca, acrescentando que o doador poderá ter seu nome divulgado juntamente com a obra.
“Cowboy do asfalto”
O vereador apucaranense Adan Lenharo (DC) quer aproveitar o pouco tempo de seu curto mandato - cassação dele deve ser confirmada pelo TRE no início de agosto - para fazer uma série de homenagens. Depois de propor título de cidadão honorário para o ex-presidente Jair Bolsonaro, Adan, admirador da ditadura militar que tensionou o país por décadas, agora vai propor a cidadania “post mortem” ao coronel Ustra, amigão de Bolsonaro e por ele homenageado. Ustra foi o maior torturador do regime militar e provocou a morte de dezenas de jovens estudantes que lutavam pela liberdade. Enquanto isso, Adan, também conhecido como “cowboy do asfalto”, se traveste de “homem do campo” para conhecer a zona rural da cidade, onde antes nunca havia pisado. E assim caminha a humanidade. Apucarana e seus problemas que se dane.
Entregar em Brasília
Tão logo seja aprovado em definitivo o título de cidadão honorário para Bolsonaro, o vereador tampão Adan Lenharo pretende ir à Brasília para levar o diploma, obviamente usando diárias do legislativo apucaranense, como tem feito em suas últimas estadas na Capital Federal. Já com relação o título do coronel Ustra, como não pode ser entregue em seu túmulo, a ideia é reunir a família para a entrega, possivelmente no Rio de Janeiro. Haja diárias do povo apucaranense para bancar tudo isso. A preocupação de Adan é correr contra o tempo para evitar que seja cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral antes de poder realizar seu sonho da entrega dessas honrarias. Por outro lado, os moradores do Jardim Interlagos, região que ele prometeu representar na campanha, lamentam a ausência de um vereador que se importe com os problemas do bairro.
Apucarana ruim no índice
Enquanto a Câmara de Apucarana discute temas como cidadania honorária para ex-presidente e moção de apoio para PL da Anistia, Apucarana está na 92ª colocação entre os 399 municípios do Paraná no Índice de Progresso Social (IPS), plataforma que avalia o bem-estar social da população a partir de diversos indicadores. O estado vai bem. O Paraná é 4º estado mais bem colocado do País. Os dados são baseados em 57 indicadores sociais, econômicos e ambientais, com notas que variam de 0 a 100. A nota de Apucarana é 63,15, desempenho aquém do que se poderia esperar de uma cidade que já a foi a 10ª do Paraná em importância e população. O índice foi divulgado semana passada. Eis um assunto de interesse diretamente ligado a Apucarana que poderia ter sido repercutido na Câmara, que vem recebendo críticas justamente por perder demasiado tempo discutindo pautas nacionais.
Arilson repudia confusão
O deputado e presidente do PT no Paraná Arilson Chiorato manifestou nota de repúdio ao que classificou como ato de violência empregado contra manifestantes durante sessão plenária na Câmara Municipal de Apucarana de anteontem. Um professor, filiado ao partido, foi retirado à força da Casa e, inclusive, foi hospitalizado ontem. O diretórios estatual e municipal emitiram notas lamentando o episódio. “A Câmara de Apucarana não pode se dobrar ao autoritarismo. É lamentável a cena de um professor que foi expulso com violência da sessão por protestar contra a aprovação do título de cidadão honorário ao ex-presidente Bolsonaro. A atitude adotada é simplesmente inaceitável em uma democracia. Vamos tomar todas as medidas cabíveis”, diz o deputado, que acrescenta que o professor foi impedido de exercer seu direito de liberdade de expressão.