Em Curitiba, passada a eleição do segundo turno neste domingo, as atenções se voltam para uma ou outra alteração na equipe do governador Ratinho Junior (PSD). Uma delas é a quase certeza do retorno do deputado federal Beto Preto (PSD) para a Secretaria de Estado da Saúde, de onde se desincompatibilizou em junho, para uma possível disputa como candidato a prefeito de Apucarana, o que acabou não se concretizando. O retorno de Beto Preto não seria apenas para completar o ano e depois retomar seu mandato de deputado federal, em 2025. O que se comenta nos corredores do Palácio Iguaçu é que o governador Ratinho Junior gostaria de manter o Beto na Secretaria, por estar satisfeito com o desempenho dele na pasta. Outro que pode vir a ocupar uma secretaria no governo a partir do ano que vem que é o deputado estadual Marcelo Rangel (PSD), que disputou e perdeu a Prefeitura de Ponta Grossa.
Cisvir no radar
O prefeito eleito de Apucarana, Rodolfo Mota (União Brasil), tem algumas preocupações pela frente, além do processo de transição, composição de seu secretariado e eleição do novo presidente da Câmara Municipal. Ele, no entanto, neste momento resolveu priorizar a escolha do novo presidente do Cisvir - Consórcio Intermunicipal de Saúde do Vale do Ivaí e Região. Rodolfo tem percorrido os municípios que fazem parte da entidade, pedindo votos para seu candidato ao cargo, o prefeito reeleito de Rio Bom, Moisés de Andrade. Até com o prefeito de Kaloré, Washington Luís da Silva, tido como um possível postulante ao cargo, já conversou pessoalmente. Ainda é cedo para saber se as andanças do prefeito apucaranense estão surtindo efeito ou não, porém ele está muito confiante, inclusive por acreditar no apoio do prefeito eleito de Arapongas, Rafael Cita, que também faz parte do consórcio.
Segundo plano
Se a disputa pela presidência do Cisvir - Consórcio Intermunicipal de Saúde do Vale do Ivaí e Região - é a bola da vez, a eleição de um novo presidente de outra entidade representativa dos municípios do Vale, a Amuvi, está em segundo plano. Alguns prefeitos até já demonstraram interesse em presidir a Amuvi, mas nenhum deles fez qualquer movimento maior nesse sentido. A questão do Cisvir em nada interfere na escolha do novo presidente da Associação dos Municípios do Vale do Ivaí, uma vez que nem todos prefeitos de uma entidade participam de outra. Se a Amuvi reúne todos prefeitos do Vale do Ivaí, o Cisvir divide os municípios da região com o CIS - Consórcio Intermunicipal de Saúde de Ivaiporã, que reúne os municípios da 22ª Regional de Saúde, enquanto os municípios do Cisvir fazem parte da 16ª Regional de Saúde de Apucarana. A questão saúde é prioridade em todos municípios.
Sem bate chapa?
Se depender da maioria dos vereadores eleitos de Apucarana, a nova mesa diretiva da Câmara Municipal vai ser escolhida por consenso. Eles querem evitar o bate chapa por entenderem que uma disputa dessa natureza poderia provocar um racha entre os vereadores, interferir no funcionamento do Legislativo e até na própria convivência entre os edis. Por ora, quatro nomes demonstram interesse em presidir a Câmara de Apucarana: José Airton de Araújo, o Deco, Tiago Cordeiro, Danylo Acioli e Moisés Tavares. Enquanto os três primeiros fazem parte do chamado “grupo dos oito”, o último é ligado ao prefeito eleito Rodolfo Mota. Se prevalecer a tese de alguns vereadores novatos de que a presidência deveria ficar com um deles, os mais antigos, como Deco, Tiago e Moisés teriam dificuldades para conquistar a presidência. Mas em eleição de presidente da Câmara tudo pode acontecer. Ou nada.
Representante no governo
Um dos nomes já escolhidos para representar o município de Apucarana junto ao Governo do Estado é o do deputado estadual Do Carmo (União Brasil). Bastante ligado ao prefeito eleito Rodolfo Mota, o parlamentar faz parte inclusive da equipe de transição. Já em Brasília, o prefeito eleito conta com a deputada federal Luísa Canziani (PSD), deputado federal Felipe Francischini (União Brasil), Marco Brasil (PP) ou o deputado federal licenciado Ricardo Barros (PP), caso retorne à Câmara Federal. No Senado, importante para uma tentativa em renegociar a vultuosa dívida com o Tesouro Nacional, o prefeito apucaranense conta com o apoio do senador Sérgio Moro (União Brasil) e espera contar também com a ajuda dos outros senadores paranaenses: Flávio Arns (PSB) e Oriovisto Guimarães (Podemos). A renegociação da dívida de Apucarana com o Tesouro Nacional é uma tarefa difícil.