Mesmo seu grupo tendo eleito oito dos onze vereadores, o atual prefeito de Apucarana, Junior da Femac (MDB), corre o risco de não fazer o presidente do Legislativo por conta de um iminente racha no chamado “grupo dos oito”. Três nomes ligados ao prefeito se lançaram candidato a presidir a Câmara Municipal e nenhum deles parece disposto a abrir mão. Entre eles, há quem diga aos quatro ventos que, se preterido no grupo, vai se alinhar com o candidato do prefeito eleito Rodolfo Mota (União Brasil), seja quem for. Outro até admite compor com Rodolfo, desde que o escolhido seja ele próprio. Rodolfo a tudo assiste de camarote. Pelo andar da carruagem, se o prefeito Junior da Femac não conseguir evitar a debandada dos “insatisfeitos”, Rodolfo, que só elegeu três dos onze vereadores, tem tudo para sair o grande vencedor da disputa. Sem fazer muito esforço.
Saúde do Rodolfo
Se depender de alguns aliados do prefeito eleito de Apucarana, Rodolfo Mota, a Secretaria Municipal de Saúde seria ocupada por Stela Maris Lopes Santini, que disputou uma cadeira no Legislativo pedo PSDB e não se elegeu. Stela é funcionária estadual de carreira, lotada na 16ª Regional de saúde. Para assumir o cargo na gestão de Rodolfo, Stela teria que ser colocada à disposição da Prefeitura pela Secretaria de Estado da Saúde. Ou pedir sua aposentadoria do serviço público. Na 16 ª Regional de Saúde de Apucarana são públicas e notórias as divergências de Stela com o deputado federal Beto Preto, que pode reassumir a Secretaria de Estado da Saúde. Não que isso possa atrapalhar a cidade, mas torna o relacionamento entre a saúde do Estado e do município bem mais difícil.
As indicações
A propósito do futuro secretariado do prefeito Rodolfo Mota, corre solto nos meios políticos da cidade que a indicação de algumas secretarias ficaria por conta de lideranças que o apoiaram em sua eleição, caso dos deputados estaduais Do Carmo e delegado Jacovós, e dos deputados federais Felipe Francischini, Marco Brasil e Luísa Canziani. Pode até se revelar uma boa estratégia política, a depender da qualificação dos nomes indicados, como também pode se tornar problema a médio e longo prazo para o alcaide. Enquanto isso, alguns aliados políticos da cidade e de primeira hora, como é o caso do vereador reeleito Moisés Tavares (PP), não nega a vontade de assumir a Secretaria de Educação. Até o momento, no entanto, não houve nenhuma sinalização nesse sentido.
Cargos à disposição
É de praxe todos os funcionários comissionados entregarem os cargos ao fim do mandato do prefeito que os nomeou. É o que se espera que ocorra até o dia 31 de dezembro entre todos os cargos de confiança da Prefeitura de Apucarana, até para que o novo prefeito tenha a liberdade de fazer as suas escolhas. Há, no entanto, algumas exceções para evitar qualquer paralisação em serviços fundamentais para o dia a adia da população, como o atendimento nas Unidades Básicas de Saúde, no Pronto Atendimento Infantil e na UPA, entre outros. Rodolfo tem dito que pretende enxugar a folha de pagamento para sobrar mais recursos para investimentos. O que não pode é esse enxugamento, por mais necessário que seja, interferir em serviços que não podem sofrer solução de continuidade.
Recife na política
Candidato derrotado à Prefeitura de Apucarana nas eleições de outubro passado, o vereador Rodrigo Liévore, o popular Recife, disse ontem que vai encerrar seu mandato na Câmara Municipal com a certeza do dever cumprido. Ele elenca várias proposições e projetos de sua autoria, inclusive sua menina dos olhos, o Feira Verde. Recife não pretende abandonar a carreira política, muito pelo contrário. Um de seus desejos é sair candidato a deputado em 2026, tanto pode ser federal como estadual. Até lá, pretende ficar vigilante no cumprimento de promessas do prefeito eleito Rodolfo Mota, sem, entretanto, fazer oposição sistemática ou tentar atrapalhar a nova administração municipal. “É o que a cidade espera da gente como político responsável”, arremata o Recife.