Há duas semanas escrevi aqui nesta coluna sobre o “motivo de lutarmos”, sendo que estabeleci os meus motivos, que são os meus filhos. Na semana seguinte, como de costume, foi a vez da minha esposa escrever sobre Inteligência Emocional, com o tema “Viaje para dentro de você”. Como sou leitor constante de seus textos e postagens, decidi refletir sobre ela. Não se preocupe, caro leitor e leitora, como diria a música do Jota Quest, “essa não é mais uma carta de amor”, pois tudo que preciso dizer a ela, digo todos os dias. As demonstrações de amor e respeito faço no “bom dia” e “boa noite”, de vez em quando com uma flor, um café da manhã especial, mas sempre pela admiração que transborda dos olhos ao vê-la existindo em mim e para mim.
O tema de hoje é sobre a luta, que apesar do que eu disse no meu texto passado, não é a minha, é nossa. Quando conheci minha esposa, eu tinha apenas 16 anos e ela “quase 17” - ela não assume que é um ano mais velha. A “Patricinha” de Apucarana, como meus amigos a chamavam, já que vim de condições financeiras menos favorecidas, não era tão Patricinha assim. Meses depois do início do namoro, com a separação dos pais, ela precisou crescer rápido demais, exigindo de mim a mesma postura. De lá para cá, foram muitas lutas, contra contas, contra aqueles que não queriam a nossa felicidade, contra família, contra todos os perrengues de qualquer casal... enfim, contra o mundo. Só não sabia que ela era agora o meu mundo. “Casamos” quando eu tinha 19 anos, me mudando para Apucarana.
Sem querer parecer mais velho do que sou, mas o que vejo hoje são casais que terminam seus relacionamentos pelos mais triviais motivos, sem entender que a superação desses momentos é uma luta contra você mesmo, não o outro. Quando entendemos que a decepção com o outro se dá pela expectativa que nós mesmos criamos e não pelo que o outro tem a oferecer, atingimos a maturidade necessária para apenas “continuar”. Sei que pode parecer triste, mas já conversamos sobre o que faríamos se um dia terminássemos e, a decisão foi que, independente do que aconteça, nada pode apagar tudo o que vivemos. Crescemos juntos, em todos os sentidos, somos parte – metade – da vida um do outro e isso ninguém pode apagar.
E assim, rompendo barreiras do impossível, vamos tendo uma vitória aqui, uma derrota acolá, mas em uma luta constante. Em alguns momentos, ela ganhava mais reconhecimento – e dinheiro -, a ponto de eu ser conhecido como “o marido da Thays Diniz”. Noutro, era ela “a esposa do Bomba”. Mas o que nos manteve unidos foi a admiração e orgulho do outro. Quando entendemos que não existe “meu” ou “seu” dinheiro as coisas ficaram bem mais fáceis. Se um erra, os dois erraram. Se existe uma conquista, a vitória é dos dois.
Não somos o casal perfeito, afinal, perfeição não é deste mundo, mas é essa a luta que travamos juntos, pois tendo alguém que o apoie, o impossível é sempre mais viável. Seja fã da sua mulher, seja fã do seu homem, seja fã do seu par, seja fã de vocês enquanto casal. Chegue longe, mas nunca se esqueça de quem caminhou com você até ali. Essa é a nossa luta, meu motivo para continuar.