Não é apenas o Censo que nos traz informações valiosas para o planejamento econômico e social. Existem outras estatísticas oficiais que podem e devem ser utilizadas para o desenvolvimento econômico e social. A Sinopse Estatística da Educação Básica, realizada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), é uma delas. Com ela é possível realizar análises e planejar ações, além de obter uma avaliação prévia da gestão do ensino.
Em 2013, no Paraná, haviam 2,6 milhões de alunos matriculados na educação básica. Desses, 14,7% estavam na educação infantil, 59,0% no ensino fundamental e somente 18,5% no ensino médio. Precisamente 47,0% dos alunos matriculados no ensino fundamental eram estudantes de escolas municipais. Apenas 479,5 mil alunos estavam matriculados no ensino médio, dos quais 85,8% frequentavam escolas estaduais.
Em 2022, o total de alunos matriculados na educação básica teve uma queda de 4,5%, com uma variação absoluta de 110,8 mil alunos a menos em relação a 2013. Do total, 20,9% estavam na educação infantil, 55,6% no ensino fundamental e 17,3% no ensino médio. O número de matrículas no ensino fundamental em escolas municipais manteve a proporção de 47,0% do total, no entanto, houve uma redução absoluta de 69 mil alunos. As matrículas totais no ensino médio também experimentaram uma queda absoluta de 51 mil alunos.
É possível constatar que o número de crianças e jovens matriculados diminuiu. Por outro lado, os recursos investidos na educação básica aumentaram, o que nos leva a inferir que a qualidade do ensino também melhorou. O que deve ser avaliado é se a melhoria na qualidade do ensino é proporcional aos recursos investidos.
E não se trata apenas de verificar se a infraestrutura melhorou; também é necessário avaliar se houve investimento nos recursos humanos, ou seja, se valorizaram os profissionais envolvidos no ensino. Acredito que isso tenha ocorrido na maioria dos municípios, tanto que é perceptível a migração de muitos professores que anteriormente lecionavam em escolas privadas para as públicas. O piso nacional do magistério, implementado em 2008, melhorou a remuneração dos educadores das escolas públicas, ultrapassando as remunerações oferecidas pelo setor privado.
Com a redução do número de alunos e com o aumento dos recursos aplicados há que se planejar de forma eficiente os programas e ações nas séries iniciais do ensino fundamental. A estrutura física e os recursos utilizados devem ser de excelente qualidade e a valorização dos trabalhadores da educação também deve ser potencializada, incluindo melhores remunerações, um programa de qualificação continuada e excelentes condições de trabalho.
As estatísticas educacionais são fundamentais para planejar e desenvolver a educação em diferentes níveis territoriais. Os dados do Inep exemplificam isso, permitindo análises e estratégias para aprimorar a gestão do ensino. A relação entre recursos investidos e qualidade do ensino também é crucial, sugerindo que valorizar profissionais e melhorar condições é essencial para elevar a experiência educacional. Os gestores municipais têm a responsabilidade de usar recursos públicos na educação com eficiência. A queda nas matrículas e o aumento dos investimentos exigem abordagens estratégicas, principalmente nas séries iniciais do ensino fundamental. É vital investir em infraestrutura e na valorização dos profissionais, garantindo educação de qualidade e preparando futuras gerações para os desafios contemporâneos.