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Agronegócio teme perda de safras e apoia negociação do governo com EUA

(via Agência Brasil)

| Edição de 15 de julho de 2025 | Atualizado em 15 de julho de 2025

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Representantes do setor agropecuário estiveram reunidos nesta terça-feira (15) com ministros e secretários do governo federal para discutir a decisão dos Estados Unidos de aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. Durante o encontro, expressaram apoio e confiança nos esforços do governo para reverter a decisão, mas também apresentaram um cenário preocupante de perdas caso a tarifa entre em vigor a partir de 1º de agosto.

Reunião em Brasília

A reunião em Brasília foi liderada pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, e contou com a presença do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro. Entre os setores produtivos representados estavam a pesca, pecuária, frutas e café. No início do dia, Alckmin já havia se reunido com empresários do setor industrial.

Impactos no setor de carne

Em coletiva de imprensa, o presidente da Associação Brasileira de Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Roberto Perosa, afirmou que a taxa imposta pelos EUA inviabilizaria a exportação de carne bovina para o país. Ele destacou que diversos frigoríficos já suspenderam a produção, enquanto cerca de 30 mil toneladas estão atualmente em portos ou a caminho dos Estados Unidos.

“Nossa sugestão imediata é a prorrogação do início da taxação. Existem contratos em andamento. Precisamos de prorrogação ou retorno à situação anterior. O setor já é taxado em cerca de 36%. Esse 50% seriam inviáveis para a exportação”, destacou Perosa.

Preocupações dos produtores de frutas

O presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), Guilherme Coelho, relatou o clima de pânico entre os produtores de manga. Segundo ele, a safra foi planejada há seis meses e já foram contratados 2,5 mil contêineres para o transporte das exportações encomendadas pelos Estados Unidos. Coelho defendeu que os alimentos sejam excluídos do tarifaço.

“Quero aqui parabenizar a iniciativa rápida do vice-presidente Geraldo Alckmin, do governo brasileiro, do ministro Fávaro. Uma hora dessas não podemos pegar essa manga e jogar na Europa. Não tem logística para isso”, explicou o presidente da Abrafrutas.

“Não podemos colocar essa manga no Brasil porque vai colapsar o mercado. Urge uma definição, urge o consenso, a flexibilidade, um pensamento global, para não ter que deixar a fruta no pé, o desemprego em massa.”

Laranja e café

Os produtores de laranja também apresentaram ao governo suas preocupações, já que 40% das exportações têm os EUA como destino. De acordo com o presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), Ibiapaba Netto, 70% do suco de laranja importado pelos norte-americanos é de origem brasileira.

“Ainda há tempo para negociação. Temos confiança de que o governo vai alcançar um bom resultado. Precisamos de diálogo, negociação e pragmatismo”, ressaltou Netto.

As associações do setor de café também participaram da reunião com o governo federal. O presidente do Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé), Marcio Ferreira, afirmou que 33% de todo o café consumido nos EUA é produzido no Brasil.

“O café brasileiro é o mais competitivo. Traz o corpo e a doçura que o café de outras origens não tem. O consumidor está satisfeito e feliz com o café do Brasil”, descreveu Ferreira. “Agradecemos ao governo por tudo que tem feito no Brasil e no exterior, inclusive para abertura de mercados. Vamos achar uma solução e ela será benéfica para todos.”



Com informações da Agência Brasil