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Anac discute com aéreas aumento de voos no Santos Dumont; Paes critica

(via Agência Brasil)

| Edição de 22 de dezembro de 2025 | Atualizado em 22 de dezembro de 2025

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A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) se reuniu com representantes das companhias aéreas para discutir possíveis mudanças nas operações dos aeroportos do Rio de Janeiro, com foco em aspectos técnicos e operacionais. Uma das alterações pode ser o aumento do número de voos no Aeroporto Santos Dumont, localizado no centro da cidade, o que impactaria diretamente o Aeroporto Internacional Tom Jobim, conhecido como Galeão.

Em 2023, o governo federal havia limitado o número de passageiros no Santos Dumont a 6,5 milhões por ano, o que resultou em um aumento no fluxo de passageiros no Galeão. No entanto, a possibilidade de aumentar os voos no Santos Dumont gerou críticas do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes. Segundo ele, essa medida prejudicaria o Galeão, que é operado pelo grupo privado Changi, enquanto o Santos Dumont é administrado pela estatal Infraero.

Nas redes sociais, Paes destacou a importância do Galeão para o desenvolvimento do Rio e do Brasil, elogiando a decisão anterior do governo de limitar o movimento no Santos Dumont como uma política pública que fortaleceu o Galeão. Ele afirmou que, nos últimos dois anos, o Galeão atingiu recordes de passageiros, passando de 8 milhões para 17 milhões, além de um aumento de 2 milhões de turistas internacionais.

Críticas à Anac

O prefeito criticou a Anac por agir de forma não transparente e contrária aos interesses da cidade e do país. Em resposta, a Anac afirmou ter recebido com surpresa as declarações de Paes, repudiando qualquer insinuação de atuação "às escuras" e reafirmando que todos os seus atos são transparentes e documentados, em conformidade com os princípios da administração pública.

Segundo a Anac, a flexibilização das operações do Santos Dumont está sendo discutida desde junho de 2025, de forma aberta e transparente, e faz parte do processo de repactuação do equilíbrio econômico-financeiro do contrato de concessão do Galeão, aprovado pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

Posição do Ministério

O Ministério de Portos e Aeroportos, por sua vez, reforçou que a movimentação da Anac está inserida no processo de relicitação do Galeão, previsto para ocorrer por meio de leilão em março de 2026. A ampliação da capacidade de processamento de passageiros no Santos Dumont deve ocorrer gradualmente a partir do último trimestre de 2026, de forma planejada e alinhada ao interesse público.

Impactos Econômicos

A distância entre os dois aeroportos é de aproximadamente 20 quilômetros, com o Santos Dumont localizado mais próximo das áreas turísticas da cidade. O Galeão, concedido à iniciativa privada em 2014, enfrentou dificuldades durante a pandemia de covid-19, levando o grupo controlador a manifestar a intenção de devolver a operação ao governo. Após negociações, a repactuação foi concluída em 2024, com a Anac participando do processo.

A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) expressou preocupação com o aumento do teto de passageiros no Santos Dumont e defendeu políticas de incentivo para melhorar a logística de acesso ao Galeão, que também opera transporte de cargas. A Firjan destacou o crescimento de 46,3% no transporte de cargas de janeiro a outubro de 2025, em comparação com 2023.

Por sua vez, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ) manifestou-se contra a flexibilização das regras, defendendo a manutenção do teto atual de passageiros no Santos Dumont para evitar insegurança regulatória e enfraquecimento do planejamento do setor.



Com informações da Agência Brasil