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Balança comercial tem pior resultado para novembro desde 2021

(via Agência Brasil)

| Edição de 04 de dezembro de 2025 | Atualizado em 04 de dezembro de 2025

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O superávit da balança comercial brasileira em novembro foi o menor dos últimos quatro anos, pressionado pelo aumento das importações e pela queda nas exportações de petróleo, conforme divulgado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic). No mês passado, as exportações superaram as importações em US$ 5,842 bilhões, uma queda de 13,4% em relação ao superávit de US$ 6,746 bilhões registrado no mesmo mês de 2024.

Esse resultado é o pior para meses de novembro desde 2021, quando houve um déficit de US$ 1,11 bilhão. As exportações totalizaram US$ 28,515 bilhões, um aumento de 2,4% em relação a novembro do ano passado, enquanto as importações somaram US$ 22,673 bilhões, um aumento de 7,4% na mesma comparação. Ambos os valores são recordes para o mês desde o início da série histórica, em 1989.

Acumulado do Ano

De janeiro a novembro, a balança comercial acumulou um superávit de US$ 57,839 bilhões, 16,8% inferior ao registrado no mesmo período do ano passado e o menor para o período desde 2022. As exportações totalizaram US$ 317,821 bilhões, uma alta de 1,8%, enquanto as importações somaram US$ 259,983 bilhões, um aumento de 7,2%.

Desempenho por Setores

Em novembro, as exportações por setor apresentaram o seguinte desempenho:

  • Agropecuária: aumento de 25,8%, com alta de 20,1% no volume e de 4,1% no preço médio.
  • Indústria extrativa: queda de 14%, com redução de 9,8% no volume e de 4,8% no preço médio.
  • Indústria de transformação: aumento de 3,7%, com alta de 5,2% no volume e queda de 2% no preço médio.

Principais Produtos

Os produtos que mais contribuíram para o crescimento das exportações em novembro foram:

  • Agropecuária: soja (+64,6%), milho não moído, exceto milho doce (+12,6%), e café não torrado (+9,1%).
  • Indústria de transformação: produtos semiacabados, lingotes e outras formas primárias de ferro ou aço (+102%), aeronaves e componentes (+86,1%), e carne bovina (+57,9%).

Na indústria extrativa, os produtos que mais contribuíram para a queda foram minérios de cobre e seus concentrados (-64,2%) e óleos brutos de petróleo (-21,3%). A queda nas exportações de petróleo bruto foi de US$ 963 milhões em relação a novembro de 2024, influenciada pela manutenção programada de plataformas.

O aumento das importações está associado à recuperação econômica, com crescimento do consumo e dos investimentos. Os principais produtos importados foram:

  • Agropecuária: centeio, aveia e outros cereais, não moídos (+332,8%) e soja (+2.753%).
  • Indústria extrativa: carvão não aglomerado (+53,4%), linhita e turfa (+36,6%) e gás natural (+20,5%).
  • Indústria de transformação: combustíveis (+63,7%), motores e máquinas não elétricos (+46,4%) e máquinas de processamento automático de dados (+115,3%).

Projeções para o Ano

Para 2025, o Mdic projeta um superávit comercial de US$ 60,9 bilhões, com exportações de US$ 344,9 bilhões e importações de US$ 284 bilhões. As projeções são revisadas trimestralmente e a estimativa anterior, divulgada em julho, não considerava os efeitos do tarifaço dos Estados Unidos. No ano passado, o superávit foi de US$ 74 bilhões, com o recorde de US$ 98,9 bilhões registrado em 2023.

As estimativas do Mdic são mais pessimistas do que as das instituições financeiras. Segundo o boletim Focus, pesquisa semanal do Banco Central com analistas de mercado, a balança comercial deve encerrar o ano com um superávit de US$ 62,85 bilhões.



Com informações da Agência Brasil