Os brasileiros retiraram, em julho deste ano, R$ 310,36 milhões em valores esquecidos no sistema financeiro, conforme informações divulgadas pelo Banco Central (BC) nesta terça-feira (9). Desde o início do Sistema de Valores a Receber (SVR), já foram devolvidos R$ 11,34 bilhões a clientes bancários, mas ainda restam R$ 10,70 bilhões disponíveis para saque.
O SVR é um serviço do BC que permite ao cidadão verificar se ele próprio, sua empresa ou uma pessoa falecida possui dinheiro esquecido em alguma instituição financeira, como bancos, consórcios, financeiras e corretoras.
Se houver valores a receber, é possível solicitar a devolução. O serviço é totalmente gratuito e não requer login para consulta ─ basta informar o Cadastro de Pessoa Física (CPF) e a data de nascimento do cidadão ou o Cadastro de Pessoa Jurídica (CNPJ) e a data de abertura da empresa, mesmo que encerrada.
Para resgatar os valores, é necessário realizar login com a conta Gov.br nos níveis prata ou ouro, com verificação em duas etapas habilitada.
Resgate
O dinheiro pode ser resgatado de duas maneiras: a primeira é contatar diretamente a instituição responsável pelo valor e solicitar o recebimento; a segunda é fazer a solicitação pelo Sistema de Valores a Receber.
Em maio deste ano, o Banco Central introduziu uma nova funcionalidade no sistema: a solicitação automática de resgate de valores. Com essa novidade, o cidadão não precisa mais consultar o sistema periodicamente nem registrar manualmente a solicitação de cada valor existente em seu nome.
Se algum recurso for disponibilizado por instituições financeiras, o crédito será feito diretamente na conta do cidadão. A solicitação automática de resgate é exclusiva para pessoas físicas e está disponível apenas para quem possui chave Pix do tipo CPF. A adesão ao serviço é opcional.
Recursos que podem ser recuperados pelo SVR:
- Valores disponíveis em contas-correntes ou poupanças encerradas;
- Cotas de capital e rateio de sobras líquidas de ex-participantes de cooperativas de crédito;
- Recursos não procurados de grupos de consórcio encerrados;
- Tarifas cobradas indevidamente;
- Parcelas ou despesas de operações de crédito cobradas indevidamente;
- Contas de pagamento pré ou pós-paga encerradas;
- Contas de registro mantidas por corretoras e distribuidoras encerradas;
- Outros recursos disponíveis nas instituições para devolução.
Beneficiários
As estatísticas do SVR são divulgadas pelo BC com dois meses de atraso, com a atualização de novas fontes de valores esquecidos no sistema financeiro.
Até o final de julho, 32.389.535 correntistas haviam resgatado valores, sendo 29.391.010 pessoas físicas e 2.998.525 pessoas jurídicas. Por outro lado, 52.654.085 beneficiários ainda não retiraram seus recursos. Destes, 48.052.877 são pessoas físicas e 4.601.208 pessoas jurídicas.
A maioria das pessoas e empresas que ainda não fizeram o saque têm direito a pequenas quantias. Os valores a receber de até R$ 10 concentram 64,49% dos beneficiários. Os valores entre R$ 10,01 e R$ 100 correspondem a 23,89% dos correntistas. As quantias entre R$ 100,01 e R$ 1 mil representam 9,82% dos clientes. Apenas 1,8% tem direito a receber mais de R$ 1 mil.
Golpes
O Banco Central alerta os correntistas a terem cuidado com golpes de estelionatários que alegam intermediar supostos resgates de valores esquecidos. O BC enfatiza que todos os serviços do Sistema de Valores a Receber são totalmente gratuitos, e que não envia links nem entra em contato para tratar sobre valores a receber ou para confirmar dados pessoais.
O Banco Central também esclarece que apenas a instituição financeira que aparece na consulta do SVR pode contatar o cidadão. O banco pede que nenhuma pessoa forneça senhas e esclarece que ninguém está autorizado a fazer esse tipo de pedido.
Com informações da Agência Brasil