A Transpetro, subsidiária da Petrobras na área de logística, inovou ao implementar o uso de drones para a inspeção de navios petroleiros. Este método, utilizado para verificar tanques de carga que transportam grandes volumes de óleo, reduz o tempo em que as embarcações ficam fora de operação, gerando uma economia que pode chegar a R$ 1 milhão por operação.
O navio João Cândido foi o primeiro a receber a certificação após a inspeção estrutural realizada com drones, no final de julho, na Baía de Guanabara, Rio de Janeiro. A certificação foi concedida no último domingo (3) pela American Bureau of Shipping (ABS), uma entidade internacional focada na segurança marítima.
Vantagens da Inspeção com Drones
Os drones utilizados pela Transpetro são equipados com câmeras de alta resolução e tecnologia de ultrassom, permitindo o acesso a áreas de difícil alcance, como tanques, cascos, dutos e espaços confinados. Essa tecnologia é capaz de verificar a espessura do chapeamento dos tanques e identificar a necessidade de manutenções preventivas ou corretivas devido a corrosões ou trincas.
Os dados coletados são transmitidos em tempo real para uma central de monitoramento, onde especialistas da empresa e da ABS acompanham o processo.
Redução do Tempo de Inatividade
O uso de drones para inspeções representa um avanço em termos de tempo, precisão e segurança. Tradicionalmente, as vistorias exigiam alpinistas industriais, andaimes ou botes, prolongando o processo por uma semana. Com os drones, o tempo de inatividade é reduzido para três ou quatro dias, o que se traduz em ganhos financeiros significativos para a Transpetro, podendo alcançar R$ 1 milhão por inspeção, dependendo da receita diária do navio.
Jones Soares, diretor de Transporte Marítimo da Transpetro, destaca que a certificação obtida inaugura uma nova era de inspeções em petroleiros no Brasil. "O uso da tecnologia elimina a necessidade de acesso humano a espaços confinados durante a inspeção, contribuindo para um ambiente de trabalho mais seguro e gerando também ganhos financeiros", afirma Soares.
Expansão da Técnica
Após o sucesso da experiência com o João Cândido, a Transpetro planeja aplicar esse tipo de vistoria em mais 14 dos 33 navios da empresa que possuem certificação da ABS. A subsidiária está se preparando para expandir a técnica para outras embarcações.
Soares ressalta que, em muitos portos, a apresentação de comprovantes de agências reconhecidas é um requisito para atracação e operação. Os petroleiros certificados pela ABS passam por vistoria obrigatória a cada dois anos e meio, com a próxima prevista para o navio Zumbi dos Palmares no primeiro semestre de 2026.
Como a maior subsidiária da Petrobras, a Transpetro opera 48 terminais, sendo 27 aquaviários e 21 terrestres, além de aproximadamente 8,5 mil quilômetros de dutos. A empresa é a maior companhia de logística multimodal de petróleo, derivados e biocombustíveis da América Latina, prestando serviços a distribuidoras, petroquímicas e outras empresas do setor de óleo e gás.
Com informações da Agência Brasil