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Especialistas alertam para golpes em ressarcimentos do Banco Master

(via Agência Brasil)

| Edição de 19 de novembro de 2025 | Atualizado em 19 de novembro de 2025

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Os investidores do Banco Master, que recentemente teve sua liquidação decretada pelo Banco Central, enfrentam não apenas o congelamento de depósitos e aplicações, mas também uma onda de golpes que visam aqueles que aguardam o ressarcimento do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).

Anúncios em redes sociais e aplicativos prometem "liquidez imediata" ou "antecipação" do pagamento da garantia, explorando a ansiedade dos investidores que possuem Certificados de Depósito Bancário (CDB) emitidos pela instituição e que agora estão impedidos de movimentar seus recursos.

O FGC, entidade privada que garante o ressarcimento de investimentos e depósitos em até R$ 250 mil por pessoa na instituição financeira, tem enfatizado que não autoriza intermediários, não cobra taxas e não oferece qualquer mecanismo para agilizar pagamentos. Qualquer promessa de antecipação é considerada um golpe.

Fernando Falchi, Gerente de Engenharia de Segurança da Check Point Software Brasil, afirma que a garantia do FGC é automática, e qualquer oferta de crédito vinculada ao pagamento é um sinal de alerta de fraude. Ele ressalta que qualquer comunicação deve ser feita apenas por meio do aplicativo do FGC, o canal oficial de ressarcimento.

“O cibercriminoso sempre usa a pressa como arma. A verificação, feita no canal oficial, é o melhor antídoto para golpes digitais”, destaca Falchi.

Riscos

Na ausência de informações claras e de um prazo definido para o início dos pagamentos, surgiram ofertas fraudulentas que afirmam ser capazes de antecipar o valor garantido. Muitas dessas ofertas se apresentam como empresas especializadas, advogados ou consultores financeiros.

As fraudes relacionadas ao FGC dividem-se em dois tipos principais: roubo de dados e crédito abusivo. Os golpes mais comuns incluem:

1. Phishing e roubo de informações: golpes que visam capturar dados pessoais e bancários por meio de:

  • Páginas falsas que imitam o site ou o app do FGC;
  • Links maliciosos enviados por WhatsApp ou redes sociais;
  • Atendentes falsos, que pedem códigos e senhas;
  • Aplicativos fraudulentos, que instalam malware.

Nesses casos, um clique errado permite aos fraudadores capturar credenciais, tomar contas bancárias ou instalar malware capaz de monitorar celulares e computadores em tempo real, inclusive senhas.

2. Empréstimos predatórios:

Outra prática detectada é a oferta de supostos “adiantamentos”, que na verdade escondem operações de crédito com juros altíssimos. O investidor, acreditando estar antecipando o pagamento do FGC, acaba contratando um empréstimo que pode consumir boa parte do valor a receber.

Pressão sobre investidores

O Banco Master, conhecido por oferecer CDBs com rendimento de até 140% do CDI, foi liquidado após enfrentar meses de dificuldades. Fundado por Daniel Vorcaro, o banco acumulava uma carteira de crédito considerada de alto risco. A liquidação resultou na prisão de executivos em uma operação da Polícia Federal que investiga a venda da instituição ao Banco de Brasília (BRB).

Com o encerramento das atividades, investidores com aplicações de até R$ 250 mil passaram a depender exclusivamente do FGC para reaver seu dinheiro. O processo, no entanto, não é imediato e requer etapas formais, o que abriu espaço para tentativas de fraude.

O procedimento correto, segundo o FGC, envolve os seguintes passos:

  • Cadastro inicial no aplicativo do FGC, único canal de atendimento;
  • Aguardar a lista de credores, enviada pelo Banco Central, o que leva em média 30 dias;
  • Habilitação do pedido de ressarcimento no aplicativo, quando o FGC liberar essa etapa;
  • Finalização com biometria, envio de documento e assinatura digital;
  • Pagamento, realizado em até dois dias úteis após a conclusão do pedido;
  • Nenhuma outra forma de solicitar, acelerar ou intermediar o pagamento é reconhecida pelo FGC.

Recomendações para evitar golpes

As principais orientações para não cair em fraudes são as seguintes:

  • Usar somente o app e o site oficial do FGC e informações do Banco Central;
  • Nunca fornecer dados pessoais ou códigos a terceiros;
  • Desconfiar de qualquer promessa de facilitação: a garantia do FGC é automática;
  • Verificar URLs e evitar baixar apps por links enviados;
  • Ativar autenticação em dois fatores e manter antivírus atualizado;
  • Confirmar informações antes de agir, especialmente diante de mensagens que criem sensação de urgência.



Com informações da Agência Brasil