ECONOMIA

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Estados Unidos serão principal prejudicado por tarifaço, prevê CNI

(via Agência Brasil)

| Edição de 16 de julho de 2025 | Atualizado em 16 de julho de 2025

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Um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado recentemente, aponta que os Estados Unidos serão os mais afetados pelas tarifas impostas pelo governo de Donald Trump. A análise, que utiliza dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), sugere que o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA pode sofrer uma queda de 0,37% devido às barreiras tarifárias aplicadas ao Brasil, China e outros 14 países, além das taxas sobre a importação de automóveis e aço.

O levantamento indica que o "tarifaço" pode reduzir o PIB brasileiro em 0,16%, assim como o da China, além de provocar uma retração de 0,12% na economia global e uma queda de 2,1% no comércio mundial.

“Os números mostram que esta política é um perde-perde para todos, mas principalmente para os americanos. A indústria brasileira tem nos EUA seu principal mercado, por isso a situação é tão preocupante. É do interesse de todos avançar nas negociações e sensibilizar o governo americano da complementariedade das nossas relações. A racionalidade deve prevalecer”, destacou o presidente da CNI, Ricardo Alban.

Impactos no Brasil

O impacto das tarifas americanas no Brasil é significativo. A CNI estima que, além da redução de 0,16% no PIB brasileiro, o país poderá ver suas exportações diminuírem em R$ 52 bilhões e perder cerca de 110 mil empregos. Os setores mais afetados incluem a indústria de tratores e máquinas agrícolas, com uma redução de 4,18% na produção e 11,31% nas exportações; a indústria de aeronaves, embarcações e equipamentos de transporte, com uma queda de 9,1% na produção e 22,3% nas exportações; e os produtores de carnes de aves, que podem enfrentar uma diminuição de 4,1% na produção e 11,3% nas exportações.

Os estados brasileiros mais impactados deverão ser São Paulo, com uma queda de R$ 4,4 bilhões no PIB, seguido por Rio Grande do Sul (R$ 1,9 bilhão), Paraná (R$ 1,9 bilhão), Santa Catarina (R$ 1,7 bilhão) e Minas Gerais (R$ 1,6 bilhão).

Relação Brasil x EUA

O estudo também destaca que o Brasil aplica uma tarifa média de 2,7% sobre as importações de produtos dos EUA. Entre 2015 e 2024, os EUA mantiveram um superávit com o Brasil de US$ 43 bilhões em bens e US$ 165 bilhões em serviços. Os Estados Unidos são o terceiro maior parceiro comercial do Brasil, representando 12% das exportações brasileiras e 16% das importações. Além disso, são o principal destino das exportações da indústria de transformação nacional, correspondendo a 78,2% das exportações em 2024.



Com informações da Agência Brasil