A Petrobras divulgou um lucro líquido de R$ 26,7 bilhões no segundo trimestre de 2025. Embora esse resultado represente uma queda de 24,3% em relação ao trimestre anterior, ele supera o desempenho do mesmo período do ano passado, quando a empresa enfrentou um prejuízo de R$ 2,6 bilhões.
O aumento na produção de petróleo foi crucial para compensar a redução de 10% no preço do Brent durante o trimestre. Sem considerar eventos extraordinários, o lucro ajustado foi de R$ 23,2 bilhões (US$ 4,1 bilhões), mantendo-se em um nível similar ao do trimestre anterior.
Desempenho Financeiro e Investimentos
O EBITDA Ajustado, um indicador financeiro amplamente utilizado para decisões estratégicas, alcançou R$ 57,9 bilhões (US$ 10,2 bilhões). O fluxo de caixa operacional (FCO), que reflete a geração de caixa das atividades operacionais, totalizou R$ 42,4 bilhões (US$ 7,5 bilhões), impulsionado pelo aumento na produção de óleo e gás. Os investimentos (Capex) somaram R$ 25,1 bilhões (US$ 4,4 bilhões), com ênfase em projetos no pré-sal.
"Estamos acelerando nossos investimentos em projetos de alta atratividade. Nos primeiros seis meses do ano, investimos R$ 48,8 bilhões, um crescimento de 49% em relação ao ano passado. Operacionalmente, tivemos excelentes resultados: produzimos 2,3 milhões de barris de óleo por dia no segundo trimestre, um aumento de 5% em relação ao primeiro trimestre e cerca de 8% em comparação ao mesmo período do ano passado", afirmou a presidente da Petrobras, Magda Chambriard.
Tributos e Dividendos
No segundo trimestre de 2025, a Petrobras pagou R$ 66 bilhões em tributos à União, estados e municípios. Foram aprovados R$ 8,7 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio.
"Tivemos uma excelente performance operacional no segundo trimestre, impulsionada pela implementação de novos sistemas de produção e por uma melhoria na eficiência dos campos em operação. Esses fatores nos permitiram aumentar o volume de óleo e gás, refletindo positivamente nos resultados financeiros e compensando os impactos da queda no preço do Brent", explicou o diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores, Fernando Melgarejo.
Endividamento e Produção
A dívida bruta da companhia foi de US$ 68,1 bilhões em junho de 2025, um aumento de 5,5% em relação ao final do trimestre anterior, principalmente devido ao crescimento do arrendamento de plataformas, com a entrada em operação dos navios-plataforma Alexandre de Gusmão e Almirante Tamandaré, que adicionaram 270 mil barris por dia à capacidade de produção da Petrobras.
A produção de óleo e LGN da Petrobras alcançou 2,32 milhões de barris por dia, um aumento de 5% em relação ao trimestre anterior.
Novos Projetos e Descobertas
Em maio, a Unidade Flutuante de Produção, Armazenamento e Transferência (FPSO) Marechal Duque de Caxias atingiu sua capacidade máxima de produção com apenas quatro poços produtores. A produção do FPSO Alexandre de Gusmão, no campo de Mero, também foi iniciada, com capacidade de produção de 180 mil barris por dia e processamento de 12 milhões m³/dia de gás.
O navio-plataforma P-78 está a caminho do Brasil, sendo a primeira plataforma a ser rebocada até a locação com tripulação a bordo, o que permitirá antecipar o início da produção em cerca de duas semanas. Sua capacidade de produção será de 180 mil barris de petróleo por dia, além de comprimir até 7,2 milhões de m³ de gás diários.
Foi confirmada uma nova descoberta de petróleo de excelente qualidade no pré-sal da Bacia de Santos, em poço exploratório no bloco Aram. Foram adquiridos mais 10 blocos exploratórios na Margem Equatorial e três na bacia de Pelotas na 5ª Rodada de Oferta Permanente da ANP. Além disso, a Petrobras declarou interesse em nove áreas exploratórias na Costa do Marfim.
Em junho, foram assinados os primeiros contratos para conclusão do Trem 2 da Refinaria Abreu e Lima (RNEST). Esse importante marco permitirá que a capacidade nominal da refinaria seja ampliada a partir de 2026, duplicando para 260 mil barris por dia em 2029.
Com informações da Agência Brasil