A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, revelou nesta quinta-feira (3) que a empresa estatal de petróleo está empenhada em aumentar o volume de gás natural transportado para a costa. O objetivo é tornar o combustível mais acessível para as indústrias.
Durante a apresentação de um pacote de investimentos de mais de R$ 33 bilhões no setor de refino e na indústria petroquímica do estado do Rio de Janeiro, Chambriard destacou: “Quanto mais gás conseguirmos trazer para a costa, mais barato será esse gás para a sociedade”.
Integração e Investimentos
O plano de negócios da Petrobras inclui a integração entre a Rota 3, responsável pelo escoamento de gás natural dos campos de pré-sal da Bacia de Santos, no litoral do Sudeste, as unidades petroquímicas e a Refinaria Duque de Caxias (Reduc), todas localizadas na região metropolitana do Rio de Janeiro.
Questionada sobre a possibilidade de os investimentos contribuírem para a redução do preço do gás natural, um insumo crucial para a indústria, Magda Chambriard afirmou que está trabalhando para isso, mas ressaltou que “é um processo que não é imediato”.
Política de Preços
Chambriard enfatizou o compromisso da Petrobras com a sociedade brasileira, mencionando a política de "abrasileirar" os preços, que busca alinhar os custos de produção de petróleo no Brasil com a participação da Petrobras no mercado consumidor, evitando repassar as flutuações bruscas dos preços internacionais para os consumidores.
Desafios e Queixas
O preço do gás natural para a indústria tem sido alvo de críticas por parte dos empresários. Um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontou o gás brasileiro como um dos mais caros do mundo, chegando a ser dez vezes o preço do gás americano e o dobro do europeu.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, recentemente defendeu a redução do preço do gás como uma condição essencial para a reindustrialização do país, destacando a posição dominante da Petrobras no setor.
Adaptação e Logística
Magda Chambriard explicou que o petróleo extraído no offshore brasileiro vem de locais distantes da costa, o que representa um desafio logístico. “São centenas de quilômetros da costa onde esses campos estão produzindo”, afirmou.
“Nossas plataformas recém encomendadas já resgatam isso. Nosso projeto de [navio-plataforma] Búzios 12 propõe um hub [concentração] de gás para trazer mais gás para a costa. Estamos trabalhando com muito afinco para esse gás chegar em maiores volumes, porque, na verdade, quanto maior o volume ele chegar, mais barato vai chegar também”, disse.
Ela também mencionou que a Petrobras importa gás da Argentina e da Bolívia, mas que o verdadeiro desafio é trazer gás a preços acessíveis para a indústria brasileira.
Por fim, Chambriard lembrou que a Petrobras opera em consórcio com a Ecopetrol, estatal de petróleo da Colômbia, em grandes campos de gás no país vizinho, mas ainda não se sabe se esse gás será suficiente para atender às necessidades do Brasil.
Com informações da Agência Brasil