O futebol feminino brasileiro encerrou a temporada de 2025 em alta, com a seleção comandada por Arthur Elias mostrando grande desempenho e os clubes se consolidando no cenário competitivo. O Corinthians, ainda a principal força do futebol feminino no Brasil, enfrentou adversários que desafiaram sua trajetória vitoriosa.
Heptacampeão do Brasileiro Feminino Série A1 ao vencer o Cruzeiro em setembro, o Corinthians se destacou na galeria dos campeões do torneio feminino. As Brabas conquistaram o título pela sexta vez consecutiva. Desde a retomada do Brasileirão Feminino pela CBF em 2013, mais da metade dos títulos pertence às jogadoras do Parque São Jorge. Outros campeões incluem Centro Olímpico (2018), Ferroviária (2014 e 2019), Rio Preto (2015), Flamengo (2016) e Santos (2017). Na Copa Libertadores, as Brabas também mantiveram a supremacia, conquistando o terceiro título consecutivo e o sexto no total (2017, 2019, 2020, 2023, 2024 e 2025). A equipe alvinegra é a que mais venceu a Libertadores Feminina desde sua criação em 2009.
O estado de São Paulo continua sendo o principal polo do futebol feminino no país. Além do Corinthians, São Paulo e Palmeiras figuraram entre os semifinalistas. No entanto, em 2025, o destaque foi a equipe do Cruzeiro, comandada por Jonas Urias, que disputou diretamente o título. As Cabulosas, como são conhecidas, desafiaram a hegemonia corintiana ao liderar a primeira fase do Brasileirão.
A equipe mineira surpreendeu ao empatar com as Brabas (2 a 2) no jogo de ida da final. No entanto, na partida de volta, as Cabulosas perderam o título ao serem derrotadas por 1 a 0 na Neo Química Arena, em São Paulo. A campanha do Cruzeiro ao longo da temporada fez com que o time se tornasse temido pelos adversários, impulsionado também pela presença marcante de sua torcida nos jogos, especialmente em casa.
A rivalidade entre Cabulosas e Brabas ganhou mais um capítulo com a eliminação do Cruzeiro pelo Corinthians na Copa do Brasil feminina, ainda na terceira fase da competição, que retornou ao calendário após oito anos. Nas quartas de final, o Corinthians foi eliminado pelo São Paulo, que avançou até as semifinais ao lado de Bahia, Palmeiras e Ferroviária. As Palestrinas e as Guerreiras Grenás disputaram a final em Araraquara (SP), com o Palmeiras vencendo por 4 a 2 e conquistando o título inédito. O destaque da final e da temporada palmeirense foi a atacante Amanda Gutierres, artilheira do clube com 24 gols no ano.
Amanda Gutierres também foi fundamental na conquista do tetracampeonato do Palmeiras no Paulistão, marcando na goleada de 5 a 1 sobre o Corinthians, que não conseguiu reverter o placar no jogo de volta. Amanda se despediu da equipe paulista para atuar no Boston Legacy, nos Estados Unidos. No cenário alviverde, 2025 também marcou a saída da técnica Camilla Orlando para a seleção brasileira Sub-20 e a chegada de Rosana Augusto, ex-jogadora do Palmeiras, que assumiu o comando técnico das Palestrinas após ser dispensada pelo Flamengo em outubro.
Séries A2 e A3
A TV Brasil transmitiu a série A1 e também as fases finais das séries A2 e A3. Na segunda divisão, o Santos foi campeão ao derrotar o Botafogo por 2 a 1 no placar agregado. Além das Sereias da Vila, Botafogo, Fortaleza e Atlético-MG também subiram para a elite do futebol feminino em 2026. A próxima edição do Brasileirão contará com 18 times, dois a mais que em 2025.
Na série A3, o Atlético conquistou o primeiro título nacional da história do futebol do Piauí. O time sagrou-se campeão ao vencer o Vila Nova (ES) na partida de volta por 4 a 0. No jogo de ida, o Tricolor piauiense perdeu por 2 a 1, mas se recuperou com direito a goleada no embate da volta em casa, no Estádio Albertão, em Teresina.
Seleção brasileira
Após conquistar a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Paris em 2024, a seleção feminina continuou a trilhar um caminho de sucesso sob o comando de Arthur Elias. Em 2025, a equipe foi campeã pela nona vez da Copa América feminina, derrotando a Colômbia nos pênaltis em um jogo emocionante, embalado pela rainha Marta e pela goleira Lorena. O torneio foi realizado em Quito, no Equador.
Ao longo do ano, a seleção também disputou amistosos contra seleções de peso. Em um feito inédito, o Brasil venceu os Estados Unidos por 2 a 1 em solo americano, após perder o primeiro confronto por 2 a 0.
Após a Copa América, a seleção brasileira continuou a mostrar sua força em amistosos, vencendo a Inglaterra (2 a 1), Itália (1 a 0) e Portugal (5 a 0). Apesar da derrota para a Noruega (3 a 1) no penúltimo amistoso do ano, a temporada foi marcada por seis vitórias em nove jogos.
Bases da seleção
No Mundial Sub-17 feminino, realizado no Marrocos, a seleção comandada por Rilany Silva terminou em quarto lugar, após perder para o México na disputa pelo bronze. Este resultado é histórico, pois foi a primeira vez que o Brasil alcançou as semifinais da competição.
A equipe Sub-20 passou por mudanças em junho, com Camilla Orlando assumindo o comando. A estreia foi em novembro, com um empate sem gols contra a Argentina e uma goleada de 7 a 0 sobre o Paraguai, ambos em amistosos. O principal objetivo da seleção Sub-20 em 2026 é o Sul-Americano da categoria.
Com informações da Agência Brasil