GERAL

min de leitura

Cafés especiais de Minas Gerais são destaque do Caminhos da Reportagem

EBC (via Agência Brasil)

| Edição de 15 de janeiro de 2023 | Atualizado em 15 de janeiro de 2023
Imagem descritiva da notícia Cafés especiais de Minas Gerais são destaque do Caminhos da Reportagem

Fique por dentro do que acontece em Apucarana, Arapongas e região, assine a Tribuna do Norte.

O Brasil é o maior produtor de café do mundo - a estimativa para 2022 é uma produção de 52,8 milhões de sacas do grão, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Cerca de metade dessa produção é feita em Minas Gerais, estado historicamente ligado à cultura cafeeira. 

Em terras mineiras, uma região vem se destacando na produção dos cafés especiais: a Mantiqueira de Minas, no sul do estado. Desde 2011, os produtores locais conseguiram o selo de indicação geográfica (IG), que reconhece a qualidade e tradição de um produto a partir das condições ambientais e modo de fazer local. O programa Caminhos da Reportagem sobre o café de Mantiqueira de Minas será reprisado neste domingo (15).

CAFÉ MANTIQUEIRA
CAFÉ MANTIQUEIRA - TV Brasil/Caminhos da Reportagem

Em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Pequenas e Micro Empresas (Sebrae), a equipe do Caminhos da Reportagem, da TV Brasil, visitou a região para entender o que é um café especial e porque a Mantiqueira se tornou referência na produção da bebida.

O selo de indicação geográfica é concedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI). A IG do café da Mantiqueira é do tipo Denominação de Origem, que reconhece que a qualidade do produto está ligada a fatores ambientais.

CAFÉ MANTIQUEIRA
Cafezais nas montanhas da Mantiqueira - TV Brasil/Caminhos da Reportagem

“O mercado de cafés especiais é muito nichado e, dentro dessa segmentação, alguns países e regiões buscam distinções. Quando determinado país ou região ganha notoriedade internacional, é necessário proteger esse patrimônio”, aponta o professor Flávio Boren, que participou do processo de elaboração da IG.

Desde os pés dos cafezais até o grão embalado para ser revendido pelo Brasil e pelo mundo, há um rigoroso controle de qualidade. Os cafés da Mantiqueira de Minas precisam ter no mínimo 83 pontos, em uma escala de avaliação que vai de 0 a 100. O processo leva em conta desde a qualidade do grão colhido no pé, até o sabor do café na boca.

CAFÉ MANTIQUEIRA
Café especial sendo servido - TV Brasil/Caminhos da Reportagem

O café premiado e reconhecido internacionalmente, muitas vezes sai de pequenas propriedades em que a família é responsável por todas as etapas, da plantação à colheita. É o caso do café da produtora Sueli Cândido, que alcançou 89 pontos. “Todo produtor tem a sua história, né? Hoje em dia, quem está comprando seu café lá fora quer saber quem produziu, qual é a história dele. Então, isso é muito bom”, diz.

“Cada território, tem uma marca, um DNA, uma história forte.  E o selo garante tanto para o mercado quanto para o produtor a proteção dessa origem”, explica o analista do Sebrae-MG, Rogério Galuppo. A entidade apoia os produtores a conseguirem a certificação de IG. Ao todo, o Brasil tem 92 indicações geográficas reconhecidas atualmente.

A cultura do café também tem impulsionado o turismo na região. Na Fazenda Moreira e Alckmin, os visitantes são convidados a conhecer todo o processo de produção, desde um passeio nos cafezais, até a prova da bebida na xícara.

CAFÉ MANTIQUEIRA
Produtora rural abanando o café- TV Brasil/Caminhos da Reportagem

“As novas gerações de produtores têm uma pegada de levar esse conhecimento dos cafés especiais à população como um todo. O desafio é converter o consumidor final tradicional ao café especial”, explica Lucas Alckmin, empresário e produtor rural.

Dono de outro café premiado, Alessandro Hervaz, da Honey & Coffee, ressalta que além do reconhecimento, o mercado de cafés especiais gera renda e oportunidade para as comunidades locais.

CAFÉ MANTIQUEIRA
Alessandro Hervaz, produtor de café - TV Brasil/Caminhos da Reportagem

“É um trabalho de formiguinha, que a gente começou lá atrás, mas tem dado muito certo e vem crescendo nos últimos anos e dá uma satisfação muito grande. A gente vender o café a um preço melhor é importante, traz qualidade de vida, transforma a vida do produtor. Mas essa recompensa de ver o nosso café do outro lado do mundo, ter a oportunidade de conhecer o parceiro, de receber esse feedback e ser premiado em um concurso, não tem preço”.

O episódio Café: Aroma da Mantiqueira faz parte da série Riquezas da Nossa Terra do programa Caminhos da Reportagem e vai ao ar hoje (23), às 22h, na TV Brasil