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Deputado estadual é preso por intermediar armas para facção no Rio

(via Agência Brasil)

| Edição de 03 de setembro de 2025 | Atualizado em 03 de setembro de 2025

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O deputado estadual Tiego Raimundo dos Santos Silva, mais conhecido como TH Joias, foi detido nesta quarta-feira (3), sob suspeita de envolvimento na intermediação de compra e venda de armas para o Comando Vermelho, uma das principais facções criminosas do Rio de Janeiro.

A operação que levou à prisão de TH Joias foi conduzida pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Rio (Ficco-RJ), que reúne esforços da Polícia Federal, Polícia Civil e Ministério Público do Estado (MPRJ). O deputado foi capturado em um condomínio de luxo localizado na Barra da Tijuca, zona oeste da cidade.

Investigações e Acusações

As investigações apontam que TH Joias mantinha relações diretas com líderes do Comando Vermelho em diversas comunidades da zona norte do Rio, como o Complexo do Alemão, da Maré e Parada de Lucas. Além de armas, ele também estaria envolvido na negociação de drogas e equipamentos antidrones, utilizados para dificultar operações policiais nas áreas dominadas pela facção.

“O parlamentar utilizava o mandato para favorecer o crime organizado”, afirmou a Polícia Civil em comunicado sobre a operação, que foi denominada Bandeirantes.

Os investigadores identificaram movimentações financeiras suspeitas que corroboram a acusação de lavagem de dinheiro. Entre os alvos da operação estão traficantes, assessores parlamentares, um delegado federal, policiais militares e o ex-secretário estadual e municipal do Rio, Alessandro Pitombeira Carracena, que também foi preso.

Desdobramentos da Operação

Até as 10h, 14 pessoas já haviam sido presas, conforme informações da Polícia Federal, que nomeou a operação como Zargun. Foram expedidos 18 mandados de prisão preventiva e 22 de busca e apreensão pelas Justiças Federal e Estadual.

Devido ao foro privilegiado do deputado, a investigação tramitou na Procuradoria-Geral de Justiça, sob a liderança do procurador-geral Antonio José Campos Moreira. O Tribunal Regional Federal da 2ª Região determinou o sequestro de bens e valores dos investigados, totalizando R$ 40 milhões, além do afastamento de agentes públicos e suspensão de atividades de empresas envolvidas na lavagem de dinheiro.

Segundo a PF, a organização criminosa se infiltrava na administração pública para garantir impunidade e acesso a informações sigilosas. As armas eram importadas do Paraguai e os equipamentos antidrones, da China, sendo revendidos até para facções rivais.

Divisão do Esquema

O MPRJ detalhou o papel de cinco alvos da operação:

  • TH Joias: Além de intermediar a compra e venda de armas e drogas, utilizava seu mandato para favorecer a organização criminosa, nomeando comparsas para cargos na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).
  • Traficante: Apontado como líder da facção, responsável pelo controle financeiro e autorização de pagamentos, incluindo a compra de antidrones.
  • Tesoureiro do tráfico: Responsável por armazenar drogas, guardar valores, efetuar pagamentos e intermediar negociações de armas e munições.
  • Assessor parlamentar: Atuava como fornecedor de equipamentos especializados à facção, especialmente antidrones, e foi indicado à Alerj pelo deputado.
  • Mulher do tesoureiro: Nomeada para cargo comissionado na Alerj, servia de elo entre o grupo criminoso e o Legislativo.

A Agência Brasil tentou contato com o gabinete do deputado TH Joias, mas não obteve resposta. Em nota, a Alerj informou que tomou conhecimento dos mandados de busca e apreensão no gabinete do deputado e que as diligências foram acompanhadas pela Procuradoria da Casa, prestando apoio às autoridades competentes.



Com informações da Agência Brasil