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Iphan vai deliberar sobre tombamento da sede do DOPS, no Rio

(via Agência Brasil)

| Edição de 25 de novembro de 2025 | Atualizado em 25 de novembro de 2025

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O Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), se reunirá na próxima quarta-feira (26) para decidir sobre o tombamento definitivo do edifício que abrigou a sede do antigo Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), localizado na Rua da Relação, no centro do Rio de Janeiro.

O DOPS desempenhou um papel crucial na repressão, vigilância e tortura de opositores durante a ditadura militar brasileira (1964-1985).

O pedido de tombamento é justificado pelo significativo valor histórico e artístico do imóvel. A proposta sugere a inscrição do prédio nos Livros do Tombo Histórico e das Belas Artes, integrando-o oficialmente ao conjunto de bens protegidos pelo Iphan. Com essa ação, o instituto reafirma seu compromisso com a preservação de locais de memória, essencial para o fortalecimento da democracia brasileira.

Central de Polícia

Inaugurado em 1910, o edifício foi inicialmente construído para ser a sede da Repartição Central de Polícia. Ao longo dos anos, abrigou diversas polícias políticas encarregadas de reprimir movimentos e expressões sociais vistas como ameaças à ordem pública. Entre 1962 e 1975, o local foi sede do Departamento de Ordem Política e Social do Rio de Janeiro (DOPS-RJ), utilizado durante a ditadura militar para prender e torturar presos políticos.

O órgão era responsável por monitorar, investigar e reprimir movimentos sociais, sindicais, estudantis, artistas e quaisquer cidadãos considerados ameaças à ordem pública ou ao regime. As celas e salas de interrogatório, algumas com revestimento acústico, ainda preservam marcas e inscrições de presos políticos.

A repressão do DOPS não se limitou a militantes políticos, atingindo diversas camadas da sociedade, incluindo mulheres, negros e praticantes de religiões de matriz africana, cujos objetos de culto foram apreendidos.

Atualmente, há uma campanha, apoiada pelo Ministério Público Federal (MPF) e por movimentos de direitos humanos, como o grupo Tortura Nunca Mais, para transformar o antigo prédio do DOPS em um Centro de Memória e Direitos Humanos. A iniciativa visa converter o local em um espaço de educação, justiça e luta contra o autoritarismo, garantindo que os horrores da ditadura não sejam esquecidos ou repetidos.



Com informações da Agência Brasil