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Justiça afasta temporariamente presidente e diretor do BRB

(via Agência Brasil)

| Edição de 18 de novembro de 2025 | Atualizado em 18 de novembro de 2025

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A Justiça determinou o afastamento temporário de Paulo Henrique Costa, presidente do Banco BRB, e de Dario Oswaldo Garcia Júnior, diretor de Finanças e Controladoria da instituição. A decisão foi tomada no contexto da Operação Compliance Zero, deflagrada pela Polícia Federal (PF) nesta terça-feira (18). Durante a operação, Daniel Vorcaro, proprietário do Banco Master, foi preso.

Em comunicado, o banco estatal do Distrito Federal confirmou que Costa e Júnior ficarão afastados de seus cargos por pelo menos 60 dias. A instituição assegurou que continuará operando normalmente, garantindo a segurança das operações, dos clientes, dos parceiros e de toda sua estrutura operacional.

Tentativa de Compra

Em março deste ano, o BRB anunciou sua intenção de adquirir o Banco Master por R$ 2 bilhões, valor que, segundo o banco estatal, representaria 75% do patrimônio consolidado do Master. A negociação despertou interesse no mercado, na imprensa e no meio político, pois a atuação do banco de Daniel Vorcaro já gerava desconfiança entre analistas do setor financeiro.

No início de setembro, o Banco Central (BC) rejeitou a compra do Master pelo BRB.

Operação da PF

A Operação Compliance Zero é resultado de investigações iniciadas pela PF em 2024, com o objetivo de apurar e combater a emissão de títulos de créditos falsos por instituições financeiras. As instituições investigadas são suspeitas de criar operações de crédito fictícias, simulando empréstimos e outros valores a receber, e negociando estas carteiras de crédito com outros bancos.

Após a aprovação contábil pelo Banco Central, as instituições substituíam esses créditos fraudulentos e títulos de dívida por outros ativos, sem a devida avaliação técnica.

O Banco Master é o principal alvo da investigação, que foi instaurada a pedido do Ministério Público Federal (MPF).

Na nota sobre a Operação Compliance Zero e os afastamentos de Costa e Júnior, o BRB afirmou que "sempre atuou em conformidade com as normas de compliance e transparência, prestando regularmente informações ao Ministério Público Federal e ao Banco Central sobre todas as operações relacionadas às negociações de compra do Banco Master".

Contexto

O Banco Master ganhou notoriedade por adotar uma política agressiva de captação de recursos, oferecendo rendimentos de até 140% do Certificado de Depósito Bancário (CDI) para quem adquirisse seus papéis – uma promessa de ganhos superiores às taxas médias para bancos pequenos, que giram em torno de 110% a 120% do CDI.

As operações do banco com precatórios (títulos de dívidas de governos com sentença judicial definitiva) também levantaram dúvidas sobre sua situação financeira. Ao emitir títulos em dólares, o banco não conseguiu captar os recursos esperados.

Ontem (17), o grupo Fictor, especializado em investimentos e gestão de empresas, anunciou a compra do Banco Master.

A Agência Brasil está em contato com Costa, Júnior ou seus advogados, bem como com a defesa de Vorcaro, e está aberta para incluir o posicionamento dos citados.



Com informações da Agência Brasil