Representantes do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) e do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD) firmaram, nesta terça-feira (30), um acordo de parceria para desenvolver soluções e ferramentas que possibilitem a aplicação da inteligência artificial (IA) na gestão e prestação de serviços públicos.
O acordo prevê um investimento de R$ 390 milhões ao longo dos próximos quatro anos, provenientes do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Fndct), administrado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Esses recursos serão destinados à criação de plataformas de IA generativa que visam otimizar os serviços públicos, integrando informações disponíveis e facilitando as interações entre cidadãos e a administração pública.
Na prática, as ferramentas de inteligência artificial serão utilizadas para catalogar e integrar o vasto volume de informações dispersas em diferentes bases de dados sociais, como o Cadastro Único (CadÚnico) e órgãos públicos de saúde e educação. O objetivo final é ainda mais ambicioso, conforme destacou o secretário nacional de Governo Digital, Rogério Mascarenhas.
“Desde o princípio, buscamos um trabalho de personalização, de foco na melhoria dos serviços”, afirmou Mascarenhas ao anunciar a assinatura do termo de parceria, referindo-se à intenção de criar plataformas capazes de, com o uso de IA, qualificar, proteger e integrar as informações. “O propósito é [disponibilizarmos] um governo para cada pessoa”, acrescentou o secretário, mencionando que, com as modernas tecnologias, é possível pensar na emissão de mensagens personalizadas, com as quais o poder público poderia informar a um cidadão em particular, por exemplo, sobre a vacina que ele ou seu filho precisam tomar a partir de determinada data.
Intitulado Inspire (abreviatura do nome do projeto, Inteligência Artificial no Serviço Público com Inovação, Responsabilidade e Ética), o projeto faz parte do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA) – uma macroiniciativa que prevê investimentos federais de R$ 23 bilhões até 2028, em ações que promovam o uso de IA na melhoria dos serviços públicos, com inclusão social.
O CPQD, executor do projeto, assegura que as informações disponíveis serão tratadas segundo rigorosos padrões de segurança, respeitando a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) e as diretrizes de governança, ética e soberania digital que norteiam o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial.
“O propósito do CPQD é desenvolver tecnologias, buscando trazer cada vez mais soberania, progresso e bem-estar para a população. Este projeto se encaixa nisto”, afirmou o diretor de Inovação e Empreendedorismo do centro, Paulo José Pereira Curado.
Para acelerar o desenvolvimento do projeto, o CPQD já está investindo na montagem de novas estruturas de processamento gráfico em suas instalações, em Campinas (SP), além de identificar e contratar parceiros estratégicos, bem como capacitar cerca de 200 profissionais.
“Este é um grande desafio e vamos mobilizar uma grande quantidade de profissionais – tanto os que o CPQD já possui quanto os que serão desenvolvidos. Com isso, esperamos contribuir para que nosso país tenha cada vez mais serviços públicos alinhados com as necessidades da população”, concluiu Curado.
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Com informações da Agência Brasil