A Polícia Federal (PF) e a Polícia Civil do Paraná estão unindo esforços para investigar o brutal assassinato de uma jovem liderança indígena em Guaíra, cidade localizada no oeste do Paraná, próxima à fronteira com o Paraguai.
O corpo de Everton Rodrigues, de apenas 23 anos, foi encontrado no último sábado (12), abandonado em um milharal. De acordo com o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), a vítima foi decapitada, um ato que chocou a comunidade local.
Everton era filho de Bernardo Rodrigues Diegro, cacique da Aldeia Yvyju Avary. Ao lado do corpo, foi encontrada uma carta contendo ameaças graves dirigidas às comunidades indígenas e aos agentes da Força Nacional de Segurança Pública que atuam na região, conforme informou o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.
O Cimi destacou a brutalidade do crime e exigiu das autoridades uma investigação imediata e rigorosa, com a identificação e punição exemplar dos responsáveis por este ato bárbaro.
Em resposta, a Polícia Federal declarou que, assim que informada sobre o caso, tomou as medidas necessárias, iniciando as primeiras diligências por meio da delegacia de Guaíra. A Polícia Civil também confirmou a instauração de um inquérito, com a coleta de materiais no local do crime para perícia.
O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, por sua vez, classificou o caso como um "bárbaro assassinato" e reiterou seu compromisso em defender a vida, a dignidade e os direitos dos povos indígenas, afirmando que nenhuma ameaça silenciará a luta ancestral por justiça e território.
O Ministério dos Povos Indígenas (MPI) lamentou profundamente o ocorrido e afirmou que está acompanhando a situação dos territórios indígenas no Paraná. A pasta informou que a presença da Força Nacional foi renovada até o fim de agosto, em uma tentativa de garantir a segurança na região.
Além disso, o MPI está trabalhando em parceria com o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) e seu Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas (PPDDH), visando proteger as lideranças indígenas que enfrentam ameaças constantes por sua atuação em defesa da terra, da cultura e dos direitos fundamentais de seu povo.
Até o momento, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) ainda não se manifestou sobre o caso.
Com informações da Agência Brasil