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Planejamento da segurança em parques reduz riscos, mas não os elimina

(via Agência Brasil)

| Edição de 12 de julho de 2025 | Atualizado em 12 de julho de 2025

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A trágica morte de uma menina de 11 anos no Parque Nacional da Serra Geral levanta questões sobre a segurança nas áreas de conservação, que são também destinos para o turismo de aventura e contemplação. Após o acidente no Cânion Fortaleza, em Cambará do Sul (RS), a concessionária responsável pelo local afirmou seguir rigorosamente as políticas e protocolos de segurança exigidos.

“Os turistas recebem orientações para adotar práticas seguras durante as trilhas, especialmente nas bordas dos cânions. Placas sinalizam o caminho e alertam os visitantes sobre os riscos e as precauções necessárias”, informou a Urbia Cânions Verdes, empresa que administra os Parques Nacionais de Aparados da Serra e Serra Geral.

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A empresa também mantém uma equipe de segurança com bombeiros civis treinados para emergências ou acidentes. As trilhas, classificadas como de nível médio e intermediário, não exigem a contratação de guias de turismo registrados no Cadastur, embora essa opção esteja disponível.

Essas diretrizes fazem parte do Sistema de Gestão de Segurança do Parque Nacional da Serra Geral, conforme o Protocolo Operacional de Visitação (Prov), aprovado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) conforme as exigências do contrato de concessão.

O documento detalha o funcionamento de cada área acessível aos visitantes e as atividades permitidas. Além de horários de funcionamento e serviços disponíveis, inclui informações sobre segurança, como sinalização e equipamentos de proteção, todos aprovados pelo ICMBio, que avalia a viabilidade das atividades e equipamentos.

No caso do acidente, o ICMBio informou que não foram detectadas falhas sistêmicas na segurança e sinalização, mas que revisará e possivelmente reforçará a segurança nos parques nacionais abertos à visitação.

Turismo

Para Luiz Del Vigna, diretor executivo da Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abeta), é crucial lembrar que atividades como caminhadas em trilhas, passeios a cavalo ou tirolesas envolvem riscos.

“O turismo de aventura em ambientes naturais, que não são controlados, naturalmente apresenta riscos maiores de acidentes. Portanto, é necessário preparo, e por isso criamos normas técnicas para gestão de segurança”, afirma.

Del Vigna menciona que existem 44 regras que regulam o setor de turismo de aventura, conforme o Código de Defesa do Consumidor. Entre elas, está o direito do consumidor de ser informado sobre os riscos envolvidos na atividade.

“Essa norma técnica brasileira é tão eficaz que foi adotada pela ISO, tornando-se uma norma internacional, a ISO21101, Sistema de Gestão de Segurança para Turismo de Aventura”, explica.

No Brasil, 75 parques nacionais são geridos por empresas que operam o turismo de aventura. Essas unidades de conservação, apesar de variarem em tamanho e complexidade, são geralmente seguras, segundo o diretor executivo.

“O ICMBio exige um sistema de gestão de segurança nos processos de concessão de serviços de turismo nas unidades de conservação federais. Assim, parques e concessionários trabalham para garantir essa segurança”.

Riscos

Nos parques, o risco é minimizado pela fiscalização e pelas normas técnicas no processo de concessão, afirma Del Vigna. O mesmo não se aplica ao mercado informal de turismo de aventura.

Ele aponta que a informalidade, a falta de fiscalização e a priorização do custo sobre a segurança pelo consumidor são os principais desafios para minimizar riscos no setor.

“Os parques nacionais brasileiros são seguros e não oferecem riscos adicionais além dos característicos da região, como a segurança em áreas urbanas, por exemplo, no Rio de Janeiro. Não é um risco diferente de estar em Copacabana ou na Avenida Paulista.”



Com informações da Agência Brasil