Na comunidade da Vila Kennedy, localizada na zona oeste do Rio de Janeiro, traficantes estavam impondo aos mototaxistas a instalação e uso de um aplicativo de mobilidade desenvolvido pelos próprios criminosos. Este aplicativo era uma ferramenta para arrecadar fundos destinados ao financiamento das atividades da quadrilha. Na última sexta-feira (8), uma operação da Polícia Civil conseguiu desmantelar esse esquema, resultando na prisão de pelo menos quatro indivíduos.
As investigações revelaram que o aplicativo contava com mais de 300 mototaxistas cadastrados, todos obrigados a utilizá-lo sob ameaças.
Operação Rota das Sombras
A operação, denominada Rota das Sombras, tinha como objetivo cumprir sete mandados de prisão temporária e 12 de busca e apreensão em estabelecimentos comerciais de fachada e residências. Segundo a polícia, o lucro mensal da organização criminosa poderia chegar a R$ 1 milhão. Para mascarar as operações financeiras e conferir uma aparência de legalidade ao aplicativo, eram utilizadas empresas de fachada.
Estratégias do Esquema
O esquema do aplicativo operava em duas frentes principais: uma delas envolvia ameaças e extorsões para garantir que os mototaxistas utilizassem o aplicativo. A outra frente era responsável pelo recebimento e gerenciamento dos valores arrecadados, que eram integralmente destinados ao chefe do tráfico local.
Contexto da Vila Kennedy
A facção que domina a Vila Kennedy é a maior do estado. A comunidade, que há menos de dez anos foi formalmente reconhecida como bairro, abriga cerca de 20 mil pessoas, conforme dados da prefeitura. Em várias comunidades do Rio de Janeiro, é comum ouvir relatos de que motoristas de aplicativos legalizados são impedidos de circular em áreas controladas por traficantes. Além disso, muitas dessas áreas possuem barricadas clandestinas, que bloqueiam a passagem de diversos tipos de veículos.
Com informações da Agência Brasil