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Polícia do Rio faz ação contra fraude em sistema de mandados de prisão

(via Agência Brasil)

| Edição de 18 de dezembro de 2025 | Atualizado em 18 de dezembro de 2025

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Policiais civis da 126ª DP (Cabo Frio) realizaram, na manhã desta quinta-feira (18), a Operação Firewall, que tem como alvo a manipulação criminosa de dados públicos. Até o momento, duas pessoas foram detidas. A operação mira um grupo criminoso que invadia plataformas informatizadas de administração pública, com o intuito de favorecer membros do Comando Vermelho, a principal facção criminosa do estado do Rio.

Os agentes estão cumprindo mandados de prisão e de busca e apreensão no Rio, com o apoio da Polícia Militar fluminense, e em Minas Gerais, em colaboração com a Polícia Civil do estado.

A investigação teve início em julho deste ano, quando equipes da delegacia, em ação conjunta com policiais militares, descobriram que criminosos estavam oferecendo a retirada de mandados de prisão do sistema do Tribunal de Justiça mediante o pagamento de R$ 3 mil. Esse "serviço" era oferecido aos integrantes da facção criminosa.

Conforme as investigações, os hackers utilizavam VPN com senha dos servidores da justiça para acessar o sistema do Banco Nacional de Medidas Penais e Prisões (BNMP).

“No momento do acesso, como não era possível apagar os mandados, eles alteravam os dados que permitiam a localização da ordem judicial. Dessa forma, quando policiais consultavam o sistema pelo nome correto, o mandado não era identificado, dando a falsa impressão de inexistência do mesmo”, explica a polícia.

Os suspeitos também ameaçavam os contratantes, afirmando que, caso não pagassem o valor, emitiriam outra série de mandados contra eles.

“Para desmantelar o esquema, as equipes identificaram, inicialmente, os bandidos responsáveis pela divulgação dos anúncios nas redes sociais e, na sequência, passaram a seguir o fluxo financeiro para chegar aos demais envolvidos. Com isso, agentes constataram que a namorada de um desses homens cedia sua conta bancária para a movimentação do valor arrecadado de forma criminosa. Por meio da mulher, foi detectado um intercâmbio financeiro com outros criminosos de Minas Gerais”, afirma a corporação.

Os policiais localizaram o líder do esquema, que já trabalhou em empresas de certificados digitais, conseguiu apagar um mandado de prisão da Justiça Federal do Rio de Janeiro e passou a oferecer os serviços a terceiros. O homem havia sido preso por agentes da 36ª DP (Santa Cruz) em setembro deste ano, por violação do segredo profissional, associação criminosa e estelionato.

“Enquanto o criminoso trabalhava nessa empresa de certificados digitais, ele realizava a quebra de autenticação em duas etapas, decodificação de certificados digitais, manipulação de dados cadastrais de magistrados e emissão fraudulenta de alvarás judiciais”, completa a polícia.

Até o momento, as investigações apontam que não houve envolvimento de servidores no esquema criminoso. Segundo os agentes, esses profissionais seriam vítimas de roubo de dados de login e senha.

Como descobrir se foi vítima de clonagem de certificado digital:

Para verificar se autoridades, advogados e outros possuem certificados digitais clonados, basta acessar o site com o login na conta Gov.BR, que será exibida tela com os certificados digitais emitidos para o seu CPF. Se identificar algum certificado que não tenha sido solicitado, é possível que tenham criado um certificado clonado para uso indevido.



Com informações da Agência Brasil