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Proporção de famílias de casal sem filhos quase dobra em 22 anos

(via Agência Brasil)

| Edição de 05 de novembro de 2025 | Atualizado em 05 de novembro de 2025

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Nas últimas duas décadas, o Brasil observou um aumento significativo na proporção de famílias formadas por casais sem filhos. Em 2000, o Censo revelou que 14,9% dos lares tinham essa configuração. Em 2022, esse número saltou para 26,9%.

Esses dados fazem parte do suplemento Nupcialidade e Família do Censo 2022, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Quando o IBGE contabiliza as famílias formadas por casais sem filhos, inclui tanto os lares onde vivem apenas os dois cônjuges quanto aqueles onde os casais residem com parentes que não são filhos.

De acordo com o IBGE, nas últimas décadas, houve uma mudança na estrutura familiar. "A maior participação da mulher no mercado de trabalho, as baixas taxas de fecundidade e o envelhecimento da população influenciaram o aumento do percentual de casais sem filhos", afirma o estudo.

Casais com filhos

Em contrapartida, o Censo verificou que, pela primeira vez desde 2000, a proporção de casais com filhos representa menos da metade das 61,2 milhões de famílias identificadas. Em 2000, 63,6% dos lares abrigavam casais com filhos. Dez anos depois, essa parcela caiu para 54,9%, e o Censo 2022 revela uma nova queda para 45,4%.

Entre outras composições familiares, a pesquisa censitária de 2022 encontrou:

  • 13,5% formadas por mulheres sem cônjuge com filhos
  • 3,8% formadas por mulher sem cônjuge com filhos e com parentes
  • 2% formadas por homem sem cônjuge com filhos
  • 0,6% formadas por homem sem cônjuge com filhos e com parentes

O levantamento do IBGE considera famílias apenas aquelas pessoas que moram juntas e têm relação de parentesco entre si, ou seja, não leva em conta, por exemplo, dois estudantes que compartilham um imóvel.

Unipessoais

Assim como aumentou a parcela de casas com casais sem filhos, cresceu a participação de unidades domésticas unipessoais, aquelas onde mora apenas uma pessoa. Em 2010, eram 12,2% dos lares, passando a 19,1% em 2022. Isso significa que, de cada cinco unidades domésticas no país, uma tem apenas um morador. No período de 12 anos, o número de pessoas nessa situação saltou de 4,1 milhões para 13,6 milhões.

Apesar desse aumento em pouco mais de uma década, a proporção brasileira de lares unipessoais fica abaixo da verificada em uma série de países, como Finlândia (45,34%), Alemanha (41,1%), França (37,78%), Dinamarca (37,57%) e Itália (36,64%). No Reino Unido, a proporção é de 30%, à frente dos Estados Unidos (27,6%). Na nossa vizinha Argentina, unipessoais são 16,2% dos lares.

O IBGE identificou que no Brasil é praticamente igual o número de homens (6,84 milhões) e mulheres (6,78 milhões) que moram sozinhos. No entanto, há diferença por faixa etária. Até os 54 anos, os homens são maioria entre as pessoas que moram sozinhas. Na faixa etária de 55 a 59 anos, há equilíbrio, e de 60 anos em diante, as mulheres predominam nesse grupo.

De acordo com o pesquisador do IBGE Marcio Mitsuo Minamiguchi, a predominância feminina nos grupos de maior idade é explicada pelo fato de que elas vivem mais. "Mulheres são mais longevas", diz ele, acrescentando que os homens vivem mais em união conjugal nessas idades. "Eles formam casal em maior medida", aponta.



Com informações da Agência Brasil