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Abandono de animais no Cemsa dispara no período de férias

Da Redação

| Edição de 26 de dezembro de 2025 | Atualizado em 26 de dezembro de 2025

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Triste tradição de final de ano, o Centro Municipal de Saúde Animal de Apucarana (Cemsa) registrou um aumento expressivo no número de abandonos em dezembro. Segundo a coordenação do órgão, a média de ocorrências, que durante o ano gira em torno de um caso a cada 15 dias, saltou para um abandono por dia neste mês.

O principal motivo apontado para o crescimento dos casos é o período de férias. Muitas famílias viajam para as festas de fim de ano e, sem planejamento ou local para deixar os animais de estimação, acabam abandonando-os nas ruas. O aumento na demanda colide com a realidade física do Cemsa, que opera muito acima de seu limite. Projetado para abrigar 70 animais, o local conta atualmente com 190 — quase o triplo da capacidade suportada.

Fernando Felipe, biólogo e coordenador do Cemsa, explica que o órgão segue estritamente a legislação municipal, recolhendo apenas animais em estado de urgência (doentes ou atropelados). A recusa em receber animais saudáveis ou entregues pelos próprios donos é uma medida de segurança sanitária e física para os próprios bichos.

“Se pegarmos qualquer cachorro estaremos colocando esse animal em risco de morte. Ao inserir um novo cão em uma baia já superlotada, os outros animais não o aceitam e ocorrem brigas fatais”, alerta Felipe.

O coordenador é enfático ao descrever a gravidade da superlotação: “Nessas condições, o cachorro tem mais chance de sobreviver na rua do que dentro do canil superlotado. Somos criteriosos porque sabemos que o animal pode ser gravemente ferido ou morto se for forçado a conviver em um espaço sem a estrutura adequada”, completa.

Realidade imediata

A rotina de abandonos é constante. Durante a entrevista concedida ao TNOnline, o coordenador relatou sobre a chegada de um morador tentando deixar um cachorro adulto e dois filhotes que, segundo ele, haviam sido abandonados na rua. Devido à falta absoluta de vagas, os animais não puderam ser recolhidos e o munícipe se comprometeu a monitorá-los no próprio local onde foram encontrados.

“É uma situação grave. Não tem onde colocar esses cachorros e não tem quem adote. Estamos fazendo uma campanha contra o abandono, porque a realidade é complicada”, finaliza o coordenador.