Mais de 700 novas empresas foram criadas em janeiro deste ano em 27 municípios região. O saldo - diferença entre 1.297 aberturas e 575 baixas - é 176% maior em relação a 2024 no mesmo período, quando a região abriu 262 novas empresas. Os dados são da Junta Comercial do Paraná (Jucepar).
As maiores contribuições são da indústria de transformação e do comércio e reparação de veículos automotores, que juntos, representam 41% das novas empresas abertas na região, com quase 300 empreendimentos. Atividades administrativas, alojamento, alimentação, construção, transporte, serviços domésticos, eletricidade, gás e saúde estão entre os segmentos que também expandiram.
O maior saldo regional é o de Apucarana, que abriu 255 novas empresas em janeiro, um crescimento de 240% em comparação com o ano passado. Na sequência está Arapongas, com 251 novos empreendimentos, alta de 118% em relação a janeiro de 2024. Os municípios com maior aumento percentual no comparativo com o ano passado são: Faxinal (3000%), Cruzmaltina (800%) e Jandaia do Sul (488%).
Para o economista Paulo Cruz, professor da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), esse panorama de crescimento gera um impacto positivo no mercado de trabalho. “O mercado aquecido traz consigo uma nova dinâmica regional. Novos trabalhadores, famílias, consumidores e empresas chegam à região, impulsionando um ciclo de crescimento e desenvolvimento. Como resultado, o mercado de trabalho se expande, atraindo mão de obra. No entanto, é fundamental que o processo de crescimento seja duradouro e sustentável para garantir a continuidade desse desenvolvimento regional”, analisa.
MEIs são maioria
Em janeiro, a região recebeu 562 novos registros de microempreendedores individuais (MEIs). O saldo corresponde a 77,8% do total de empresas formalizadas nos 27 municípios. Segundo o consultor do Sebrae Paraná, Tiago Cunha, os dados mostram que essa modalidade de empresa tem se consolidado como um dos pilares da economia de Apucarana e região. “Esses números confirmam a importância desse modelo de formalização para a economia local e demonstram uma tendência crescente de pequenos negócios na região”, salienta.
Ainda conforme o consultor, atualmente, os MEIs representam 43% do total de empresas registradas no Vale do Ivaí e 45% das empresas ativas. A análise dos setores econômicos mostra que essa categoria se concentra principalmente em atividades como comércio (6.492 registros ativos), moda e confecção (17,2% das empresas ativas), casa e construção (13,96%) e saúde e bem-estar (10,54%).
“O impacto do empreendedorismo na economia de Apucarana é significativo e se dá de várias formas. Além da geração de empregos e renda, os pequenos negócios contribuem para dinamizar o comércio local, fortalecer a cadeia produtiva e ampliar o acesso a serviços essenciais. O saldo positivo de novas empresas nos últimos anos evidencia um ambiente favorável ao empreendedorismo, onde a diversidade de setores tem possibilitado oportunidades para novos negócios prosperarem”, salienta Cunha que destaca o crescimento de setores como alimentação (8,77%) e saúde & bem-estar (10,54%).
De acordo com ele, o modelo MEI tem liderado a abertura de empresas na região devido a uma combinação de fatores estratégicos que combinam a facilidade de formalização e o baixo custo. “Diferente de outros modelos empresariais, o MEI exige pouca burocracia, tem tributação reduzida e oferece benefícios previdenciários ao empreendedor. Além disso, a crescente demanda por serviços autônomos, impulsionada por mudanças no mercado de trabalho, tem incentivado mais profissionais a se formalizarem”, conclui.
Paraná ganhou 19,2 mil empresas no período
O ano de 2025 iniciou aquecido no Paraná, com o aumento de 66% no saldo de empresas em janeiro em relação ao mesmo período de 2024. Em janeiro de 2025, o saldo foi de 19.225 empresas, enquanto no primeiro mês do ano passado foram 11.586. O aumento foi puxado por mais registros de microempreendedores individuais (MEIs), empresas limitadas, sociedades anônimas fechadas, cooperativas e consórcios. Além disso, o Paraná voltou a aparecer entre os líderes nacionais na velocidade de abertura de
Em janeiro de 2024 foram registrados 16.251 MEIs, 2.781 empresas limitadas, 35 sociedades anônimas fechadas, sete cooperativas e nenhum consórcio. Já neste ano, os números aumentaram para 31.411 MEIs, 43 sociedades anônimas fechadas, 10 cooperativas e sete consórcios. O saldo de empresas é calculado entre as aberturas e baixas de registros no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ).
“Os dados mostram que a economia do Paraná vai de vento em popa, com o empreendedor acreditando no Estado, que está reduzindo burocracias e a Junta Comercial está sendo ágil no processo de registro de empresas”, diz o presidente da Jucepar, Marcos Rigoni.