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Após AVC em procedimento, clínica estética é investigada em Ivaiporã

Da Redação

| Edição de 30 de julho de 2024 | Atualizado em 30 de julho de 2024
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estética é investigada em Ivaiporã

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Aequipe da 54ª Delegacia Regional de Polícia de Ivaiporã cumpriu, na manhã de ontem, mandado de busca e apreensão tendo como alvo uma clínica estética suspeita de irregularidades. No local foram apreendidos aparelhos celulares e documentos. A investigação teve início após um paciente submetido a um tratamento na clínica ter sofrido um AVC. 

Segundo o delegado, Erlon Ribeiro, a Polícia Civil foi procurada pela vítima, um homem de 51 anos, que relatou complicações durante a realização do procedimento “endolaser”, tratamento estético indicado para redução de gorduras e celulites.

Familiares da vítima informaram que durante o procedimento, o paciente teve complicações que evoluíram para um quadro de AVC e apesar das intercorrências, os responsáveis pela clínica deixaram de acionar o socorro médico imediato e avisar a família. O encaminhamento da vítima para atendimento médico ocorreu somente após a família comparecer ao local. O paciente, segundo a polícia, foi internado, mas já teve alta.

Segundo o delegado, a clínica não possui alvará vigente da Vigilância Sanitária. Outra irregularidade é que uma das profissionais que realizou o procedimento não dispõe da qualificação exigida (biomédica esteta). Contra uma segunda profissional envolvida há uma denúncia de falsidade ideológica. “Uma das profissionais que realizou o procedimento foi denunciada por utilizar o número de registro do Conselho Regional de Biomedicina (CRBM) de outra profissional que atua na cidade de Maringá e possui o mesmo nome da investigada. Um boletim de ocorrência chegou a ser registrado em Maringá”, comenta.

Segundo o delegado, as irregularidades foram comunicadas também a Vigilância Sanitário e Conselho Regional de Biomedicina para adoção das providências administrativas relativas a cada esfera. O inquérito segue em andamento. 

“Aguardamos agora a liberação do prontuário médico da vítima e o exame do médico pericial para determinar a gravidade das lesões sofridas, bem como evidenciar possível risco de morte que o mesmo possa ter sido exposto durante a realização do procedimento e não acionamento de socorro médico”, comenta delegado.

Segundo ele, as envolvidas podem vir a responder aos crimes de lesão corporal, exercício ilegal da profissão e falsidade ideológica.

OUTRO LADO

Em nota, a clínica alvo do cumprimento de mandado expressou solidariedade à vítima e seus familiares, mas informou que “em relação ao procedimento em questão, esclarecemos que este foi realizado por uma profissional independente, que alugava uma sala em nossas instalações”.

A nota afirma ainda que a clínica encontra-se em conformidade com as exigências sanitárias e legais e que a profissional que atua de forma autônoma deveria possuir alvará sanitário próprio para as suas atividades.

Segundo a empresa, nenhum de seus funcionários sequer prestam serviços relacionados à biomedicina estética. 

“Esclarecemos, por fim, que estamos colaborando integralmente com as autoridades competentes, fornecendo todas as informações necessárias para a elucidação dos fatos o mais rápido possível”.