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Café da Serra de Apucarana pede registro de indicação geográfica

Da Redação

| Edição de 12 de fevereiro de 2025 | Atualizado em 12 de fevereiro de 2025

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Foi protocolado, na última sexta-feira (7), o pedido de reconhecimento do registro de Indicação Geográfica (IG), na modalidade Denominação de Origem (DO), para o Café da Serra de Apucarana. Com o selo, que reconhece a autenticidade e a qualidade dos grãos produzidos na cidade, a expectativa é agregar valor ao produto e atrair a atenção de compradores nacionais e internacionais. Hoje, a cidade é a quinta maior produtora de café do Paraná, com uma área cultivada de 1.100 hectares e uma produção anual de 2.376 toneladas.

A análise para a concessão da IG será feita pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), órgão responsável pela certificação. O depósito foi viabilizado com subsídio do programa Sebraetec, do Sebrae, e recursos da Prefeitura Municipal de Apucarana, por meio da Associação dos Cafeicultores de Apucarana (Acap), e também contou com apoio do IDR-Paraná, que ofereceu suporte por meio de capacitações e estudos técnicos.

Caso a IG seja concedida, poderão usar a Denominação de Origem os cafeicultores estabelecidos no território do município de Apucarana. A estimativa é que a cidade concentre 250 produtores de café.

O cafeicultor e presidente da Associação dos Cafeicultores de Apucarana (Acap), Carlos Cesar Bovo conta que a maioria dos produtores está concentrada no bairro de Pirapó, caracterizado pelo clima de montanha, que reflete numa bebida de qualidade diferenciada e já reconhecida no exterior, pois o café já é exportado para países como a Itália.

“Temos, na nossa região, um tipo de café com características únicas, que só é produzido em dois lugares do mundo, aqui e na África. Só não temos, até agora, um documento que certifique essa qualidade, por isso, estamos buscando a IG”, explica Bovo.

O consultor do Sebrae/PR, Tiago Correia da Cunha, explica que a instituição, além de subsidiar recursos para viabilizar o depósito da IG pelos produtores, também atuou na capacitação deles, para conscientizá-los sobre a importância dessa ferramenta de desenvolvimento territorial.

“A IG deve posicionar mais um município paranaense como produtor de cafés especiais. Caso seja viabilizada, Apucarana se somará às cidades do norte pioneiro como referência em qualidade na cafeicultura, trazendo muitos benefícios para a região. A certificação impulsiona a economia local, gerando emprego e renda, abrindo novos mercados e, até mesmo, impulsionando o turismo regional”, destaca.

Hoje, os cafeicultores locais comercializam os grãos crus. Alguns, vendem para torrefações e outros exportam via corretores. Mas, com a conquista da IG, Bovo antecipa que serão criadas marcas para os cafés. Além disso, a Acap planeja lançar cursos em seu Laboratório de Cafés Especiais. Hoje, Apucarana já integra a Rota do Café, de Londrina, e visa fomentar o turismo rural a partir do reconhecimento dos cafés especiais.

Prefeito destaca papel da cultura

O prefeito de Apucarana, Rodolfo Mota, afirma que a cultura do café desempenha um importante papel social e econômico, movimentando mais de R$ 215 milhões por ano e se destacando como a quarta maior atividade do Município.

“A Prefeitura de Apucarana está participando desse processo através do fortalecimento da Secretaria Municipal da Agricultura, com contratações de novos profissionais técnicos e parcerias com o Sistema Estadual de Agricultura e suas vinculadas, visando uma cafeicultura tecnologicamente forte. Além disso, temos a produção de mais de 200 mil mudas de café de qualidade por ano e a entrega de toneladas de insumos, como calcário e fósforo, que são distribuídos aos agricultores a preços subsidiados”, pontua.

Para o prefeito, a conquista da certificação será um grande passo dentro do projeto de desenvolvimento sustentável para a cultura do café de Apucarana.

CAFÉ DA SERRA

O café da Denominação de Origem “Serra de Apucarana” é cultivado em altitudes entre 700 e 950 metros, em solo vulcânico, clima de chuvas regulares e ventos constantes, que influenciam nas características sensoriais.

A produção é realizada com mão de obra familiar, respeitando as leis trabalhistas, e usa sementes da própria região, com colheita cuidadosa. A bebida, feita a partir dos grãos, tem como características o sabor frutado - frutas amarelas e vermelhas -, com notas de melaço, além de uma acidez típica e equilibrada.