A colheita de café chega a 36% da previsão de 713 mil sacas no Paraná e os produtores começam a se apropriar da evolução de quase 100% em relação aos preços praticados no ano passado. Em junho de 2024 a saca do produto beneficiado estava em R$ 1.151,55 em média. Na última quarta-feira (18) atingiu R$ 2.083,57.
Os preços e ganhos em relação ao café é um dos assuntos analisados no Boletim de Conjuntura Agropecuária do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab).
O preço do café registrado agora em junho – R$ 2.083.57 – ganha mais significância, levando-se em conta que há boa margem em relação aos custos totais levantados pelo Deral, que em maio ficou em R$ 1.186,69.
“Com a colheita chegando a 36% da produção de 713 mil sacas estimada para este ano, alguns produtores finalmente estão começando a se apropriar de maneira mais consistente da escalada de preços ocorrida na entressafra anterior”, afirmou o agrônomo do Deral, Carlos Hugo Godinho.
Isto acontece porque em fevereiro, quando os preços atingiram seu pico, pelo menos dois terços da safra de 2024 já estava vendida, e muitos produtores sequer tinham produto para comercializar. Os preços refletiram positivamente nas regiões produtoras.
Carlópolis, no Norte Pioneiro, que concentra um quarto da produção estadual de café, teve o maior incremento absoluto de Valor Bruto de Produção (VBP) no Estado em 2024, passando de R$ 513 milhões para R$ 763 milhões, impulsionado especialmente pela cafeicultura. No Paraná todo, a cultura voltou a superar o patamar do bilhão, passando de R$ 563 milhões para R$ 1,1 bilhão em 2024.
MILHO
Mesmo com o clima pouco favorável na semana, houve uma janela bem aproveitada pelos produtores de milho e a área colhida já alcança 227 mil dos 2,72 milhões de hectares plantados no Paraná.
O boletim destaca ainda que 54% da área total já se encontra na fase de maturação. Com isso, mesmo que haja geadas intensas, dificilmente essas áreas serão impactadas de forma significativa. No entanto, os 46% restantes estão em fase mais suscetíveis ao frio. Boa parte fica no Norte, que historicamente não registra geadas intensas.