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Com negócio de frutas desidratadas, jandaiense recebe ‘Orgulho da Terra’

Cindy Santos

| Edição de 12 de novembro de 2024 | Atualizado em 12 de novembro de 2024

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A produtora rural Elisângela Nepomuceno Zaha, de Jandaia do Sul, apostou na prática sustentável de desidratação de frutas para criar um negócio promissor que acaba de ser reconhecido a nível estadual. Ela está entre os 19 produtores paranaenses vencedores do Prêmio Orgulho da Terra, que valoriza práticas sustentáveis do ponto de vista ambiental, social e econômico. A cerimônia de entrega aconteceu ontem em Curitiba e Elisângela foi premiada na categoria agroindústria.

Agricultora há 12 anos, Elisângela conta que começou a desidratar frutas para ofertar uma alimentação mais saudável para o filho caçula. Entretanto, ela enxergou a oportunidade de investir na técnica para expandir o negócio da família, que trabalha com o cultivo de frutas e hortaliças.

“Comecei a fazer a desidratação para meu filho que tem três anos hoje. No aniversário de 1 ano, minha sogra sugeriu que eu fizesse um docinho natural, sem açúcar e ela teve ideia de oferecer frutas desidratadas. Minha sogra me deu o curso de presente e comecei a usar a técnica em casa. Conforme fui fazendo, muitas pessoas começaram a pedir para eu vender. Foi aí que vi a possibilidade de virar um negócio”, conta.

Elisângela e o marido Luiz Carlos Mariano Zaha decidiram investir no maquinário necessário para criar a agroindústria. Atualmente eles trabalham com laranja, mamão, kiwi, abacaxi, morango, melão, manga, caqui, pitaya, entre outras frutas. Os produtos são livres de glúten, lactose, corantes, conservantes e açúcar.

“A prática da desidratação me encantou, pois proporciona mais durabilidade ao produto. Poder levar a sua fruta favorita para comer a qualquer hora em qualquer lugar, poder oferecer um produto saudável e nutritivo aos nossos consumidores, foi tudo isso que me encantou na prática da desidratação”, destaca Elisângela.

Luiz Carlos acrescenta que a técnica é feita com energia renovável, que colabora com a sustentabilidade. “Nós conseguimos aproveitar tudo das frutas, desde as cascas até mesmo os resíduos, que viram compostagem para adubar as nossas plantações, com a desidratação aumentamos a durabilidade dos nossos produtos. Toda nossa produção e feita com sistema de energia solar e, com a nossa agroindústria, aumentamos a nossa renda familiar e também geramos empregos”, acrescenta Luiz Carlos.

O técnico do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR), Adilson Dias Novaes, é o responsável pela assistência técnica na agroindústria do casal. “Além de ser um produto inovador, é uma agroindústria que se preocupa com a sustentabilidade, aproveitando os resíduos das frutas, como cascas, para fazer compostagem e posteriormente utilizar como adubo nas plantações da propriedade”, ressalta.

Cafeicultora da região também é premiada

Outra produtora da região, a cafeicultora de Grandes Rios, Janaína Assad da Rocha, também foi premiada na categoria café. No total, 19 produtores foram escolhidos por uma comissão formada por representantes da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab), do Sistema Federação da Agricultura do Paraná (FAEP-SENAR-PR), da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) e da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Paraná (Fetaep). Eles escolheram entre 60 nomes indicados os mais representativos em cada segmento da agropecuária.

Para o diretor-presidente do IDR-Paraná, Richard Golba, o Prêmio Orgulho da Terra valoriza a sustentabilidade na agricultura. “As adversidades climáticas são cada vez mais frequentes. Excesso de chuvas ou secas prolongadas atrapalham a agricultura do País. Em muitas situações as ações humanas prejudicam o planeta. Mas o produtor rural consciente sabe fazer do jeito certo e produzir com responsabilidade ambiental. Ao premiarmos estes agricultores estamos mostrando o quanto isso é possível e incentivando que, cada vez mais, produtores adotem as boas práticas que aliam lucratividade e sustentabilidade”, afirma.