As exportações cresceram na região em 2023. No ano passado, 13 municípios registraram atividades no comércio exterior e faturaram mais de US$ 181,7 milhões. O valor é 8% maior que 2022 quando a região comercializou US$ 168,2 milhões. Os dados são da Comex Stat, plataforma do Ministério da Indústria, Comércio Exterior de Serviços que divulga dados de importação e exportação.
O maior exportador da região é Arapongas que fechou 2023 com US$ 71,6 milhões, que correspondem a quase 40% do total faturado pelos municípios da região no período. Mais de 30 países compraram produtos araponguenses em 2023, mas o maior parceiro foi o Uruguai que importou US$ 9,92 milhões, seguido pelo Chile (US$ 7,68) e o Paraguai (6,17 milhões). Os móveis lideram as vendas lá fora, tanto que correspondem a 74% do valor total faturado pelo município, US$ 52,8 milhões. No geral, mais de 20 produtos fabricados na cidade vão para outros países.
São Pedro do Ivaí é o município com o segundo maior faturamento com exportações, US$ 30,7 milhões. O município comercializa leveduras e ração animal para mais de 12 países, tendo os Estados Unidos como maior importador. No ano passado, o país comprou mais de US$ 15 milhões em produtos.
Jandaia do Sul ocupa a terceira posição no ranking regional de exportações, com US$ 28,95 milhões. A maior parte do faturamento (95%) se deve ao comércio de açúcares de cana e beterraba que no ano passado atingiu US$ 27,63 milhões. O município também exporta fertilizantes, sangue, empilhadeiras e instrumentos. Entre os países que compram produtos fabricados em Jandaia, está a Malásia que no ano passado investiu US$ 6,24 milhões e a Somália (US$ 5,5 milhões).
O maior município da região, Apucarana, exportou mais de US$ 28,3 milhões em 2023. Os tecidos de algodão representam a maior parcela dos produtos vendidos para o exterior, mais de US$ 8 milhões (29%), seguido pelos couros preparados US$ 6,3 milhões (22%). O Paraguai é o país que mais importou produtos de Apucarana em 2023. Segundo a Comex Stat, o país comprou US$ 9,15 milhões, seguido pela Coreia do Sul (US$ 5,66 milhões) e Equador (US$ 1,9 milhões).
Em 2023, municípios que antes não exportavam, registraram movimentações como é o caso de Cruzmaltina, Ivaiporã e Marilândia do Sul que juntos exportaram US$ 93 mil.
Câmbio favorável ajudou as vendas, analisa economista
O economista Rogério Ribeiro, professor da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), campus Apucarana, observa que enquanto São Pedro do Ivaí apresentou uma redução de 18,1% em suas exportações no comparativo – com variação absoluta de US$ 6,8 milhões - Jardim Alegre e São João do Ivaí apresentaram as maiores altas e ajudaram a garantir a evolução positiva no valor total das exportações regionais.
“O que pode ter favorecido as exportações dos municípios foi, principalmente, o câmbio favorável para as exportações de forma geral e a competitividade via preços. Mas isto ocorreu para todos os produtores nacionais, o que gera a necessidade de as empresas terem economias de escala e uma boa estratégia de gestão de custos para conseguir preços competitivos”
De acordo com ele, as expectativas para as exportações deste ano dependem da taxa de câmbio e da carga tributária para os setores produtivos. O câmbio tem expectativas de se manter estável em torno de R$ 5 por dólar, mas as oscilações dependerão das políticas econômicas do governo, principalmente da política fiscal com relação ao equilíbrio nas contas públicas e da política de juros.
“Há uma expectativa que o saldo da balança comercial de 2024 seja menor do que o obtido em 2023, mas isto não significa cabalmente que as exportações irão reduzir. Temos que considerar o cenário econômico internacional, a conjuntura econômica nos principais países que compram nossos produtos e a extensão dos conflitos bélicos que estão em andamento no mundo”, analisa.
Paraná tem recorde de exportações
Com uma receita de US$ 25,2 bilhões oriundas de vendas para outros países em 2023, o Paraná estabeleceu um novo recorde anual de exportações. O valor é 13,7% superior ao resultado obtido pelo Estado em 2022, quando a receita foi de US$ 22,1 bilhões, e também representa um crescimento muito acima do nacional, que foi de apenas 1,7% no mesmo período, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
O incremento registrado pelo Estado no último ano foi o maior do Sul e Sudeste do País. Depois do Paraná, estão o Espírito Santo, com elevação de 4,2% das vendas externas, São Paulo (2%) e Rio de Janeiro (0,8%).
O bom desempenho recente no comércio exterior fez com que o Paraná passasse de sexto para quinto maior exportador do País, ultrapassando o Rio Grande do Sul, que no último ano obteve US$ 22,3 bilhões em vendas para outros países. O ranking é liderado por São Paulo, com US$ 71 bilhões em exportações.