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Faturamento da soja deve atingir R$ 2,2 bi nos municípios da região

Cindy Santos

| Edição de 12 de março de 2025 | Atualizado em 12 de março de 2025

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A safra de soja 2024/2025 deve atingir um faturamento de R$ 2,2 bilhões na região. A estimativa do Departamento de Economia Rural (Deral) engloba produtores de 28 municípios pertencentes aos Núcleos Regionais da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab) de Apucarana e Ivaiporã que calculam crescimento médio de 18% na produção do grão, recuperando perdas que chegaram a R$ 1 bilhão na temporada anterior.

Na região de Apucarana, que atende 13 municípios, a colheita atingiu 80%, com aumento de 15% na produção, que deve chegar a 540 mil toneladas. A alta se deve ao aumento da área plantada, que passou de 139 mil hectares para 142 mil hectares, e ao crescimento no rendimento, que passou de 3.200 kg/ha para 3.800 kg/ha. A estimativa de faturamento é de pouco mais de R$ 1 bilhão.

O técnico do Deral, Adriano Nunomura, salienta que os agricultores conseguiram um bom rendimento mesmo no período de estiagem. “Apesar de terem sofrido com a falta de chuva e altas temperaturas, as lavouras conseguiram se recuperar com as chuvas ocorridas e apresentaram bons rendimentos”, salienta.

Na propriedade do agricultor Vanderson Lichtenco, a estimativa é que a produtividade cresça até 20% na temporada atual. E, na opinião dele, o clima ajudou no desenvolvimento das lavouras de soja em Apucarana. Ele trabalha com o cultivo do grão há 20 anos e possui uma área plantada de aproximadamente 500 hectares.

“Ainda estamos colhendo e a produção está sendo boa. O clima ajudou em nossa região. Tivemos altas temperaturas, mas também tivemos chuvas boas. Claro que se tivéssemos as mesmas chuvas com temperaturas normais, a produção teria sido bem melhor’, analisa.

Mesmo com aumento na produção, o agricultor não terá crescimento nos lucros e culpa o preço baixo do grão. O preço da saca de 60 kg pago ao produtor custa R$ 120 na cotação atual.

“O preço está péssimo. Tínhamos que vender no mínimo a R$ 150 a saca, visto o alto custo de produção. Todas as despesas aumentaram, óleo diesel, peças, lubrificante, mão de obra para manutenção das máquinas, entre outros”, comenta. “A maioria dos problemas em relação à valorização da soja vem de um governo que não está nem aí para o agro do país”, reclama.

IVAIPORÃ

No Núcleo Regional da Seab de Ivaiporã, o faturamento da produção de soja pode chegar a R$ 1,28 bilhão, superando perdas da safra anterior. Na safra atual que está sendo colhida, segundo o engenheiro agrônomo do Deral, Sergio Carlos Empinotti, o plantio foi realizado em 185 mil hectares, e as condições climáticas foram favoráveis. Com uma produtividade média esperada de 3.500 kg/ha, a produção total da regional pode atingir 647,5 mil toneladas.

“Ainda temos que aguardar o final da colheita, mas podemos passar dos 3.500 quilos por hectare e até chegar a 3.600 quilos, consolidando um dos melhores resultados dos últimos anos “, concluiu Empinotti.

Ele relata ainda, que algumas áreas onde a soja foi plantada antecipada tiveram problemas devido a irregularidade das chuvas e das temperaturas altas no mês de dezembro. Também houve por parte de alguns produtores investimentos reduzidos, mas aqueles que mantiveram um bom manejo agrícola conseguiram melhores resultados.

“No início da colheita, para aquelas áreas onde o plantio foi antecipado, a produtividade variou entre 120 e 170 sacas por alqueire, aumentando para 180 a 119 sacas em algumas lavouras nesta reta final”.

Além do aumento no rendimento, os preços se mantêm relativamente estáveis, com perspectivas de valorização devido à demanda global. Até anteontem, a saca de soja de 60 quilos estava cotada a R$ 119 em Ivaiporã, no ano passado, nesta mesma época, a R$ 100,20.