A geada registrada em Apucarana causou estragos nas plantações de hortaliças e a expectativa é que o produto comece a ficar mais caro para os consumidores.
Entre os agricultores afetados está Uemerson de Paula Silva que calcula um prejuízo de R$ 60 mil com a perda das plantações de alface, abobrinha, vagem, berinjela e jiló. As culturas foram castigadas pelas baixas temperaturas registradas na madrugada de 25 de junho, quando os termômetros marcaram 4,2 ºC e sensação térmica de 0°C. A expectativa é de aumento nos preços dos produtos devido à redução da oferta.
“Nós que estamos nesse meio não temos muita solução. Temos que preparar a terra e plantar novamente”, comenta Silva. Com a escassez de produtos nos mercados, a tendência é alta no preço para os consumidores e também para os produtores. “Vai impactar a gente também porque as empresas que nos fornecem insumos e sementes acabam aumentando o valor dos produtos”, comenta.
O Departamento de Economia Rural (Deral) de Apucarana informa que a região registrou perdas variadas e que ainda não há estimativa do prejuízo total. “Tem produtores que perderam tudo, principalmente as folhosas plantadas a céu aberto como alface, por exemplo. Mas há produtores que cultivam hortaliças em estufas, onde elas fica protegidas e não são muito prejudicadas. Culturas como beterraba e cenoura não foram tão afetadas, pois ficam embaixo da terra.”, comenta o técnico do Deral, Adriano Nunomura.
Ele conta que visitou a feira do produtor de Apucarana no pós-geada e notou uma redução imediata na qualidade e quantidade de produtos oferecidos. “Naquele dia, praticamente ninguém estava vendendo folhosas devido as perdas das geadas. A redução da oferta desses produtos no mercado, infelizmente resulta no aumento dos preços para o consumidor e produtos com qualidade inferior”, observa.
Apesar do prejuízo, Nunomura ressalta que as hortaliças possuem o ciclo “rápido” e boa parte dos produtores já estão realizando o replantio. “A oferta deve ser normalizada nos próximos meses”, acredita.
PARANÁ
As folhosas também foram as mais afetadas pela geada a nível estadual, principalmente as cultivadas a céu aberto. A batata, principal produto do Estado, está menos vulnerável por ser subterrânea, mas a parte externa pode ter sofrido danos.
A recuperação das culturas pode acontecer em até 90 dias, dependendo da estrutura e da preparação de cada produtor.