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Governador decreta emergência no Paraná por conta da estiagem

Da Redação

| Edição de 04 de setembro de 2024 | Atualizado em 04 de setembro de 2024

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O governador Carlos Massa Ratinho Junior decretou nesta quarta-feira (4) situação de emergência em todo o Estado por causa da estiagem que atinge vários municípios do Paraná desde o mês passado. Somente em agosto, o Estado registrou cerca de 20 mil focos de calor, aproximadamente seis vezes mais do que foi registrado em julho. A decisão consta no Decreto 7258.

O decreto autoriza a dispensa de licitação em contratos de prestação de serviços, obras e aquisição de bens necessários ao combate à estiagem pelo prazo máximo de 180 dias. A medida também reforça a mobilização dos órgãos estaduais sob coordenação da Coordenadoria Estadual da Defesa Civil.

A situação é causada pela sequência de dias com altas temperaturas e baixa umidade relativa do ar, aumentando os riscos de incêndios florestais. Nos primeiros oito meses do ano, foram registradas mais de 10 mil ocorrências de incêndios no Estado, segundo o Corpo de Bombeiros.

RISCO ALTO - A situação deve persistir pelo menos até metade de setembro, de acordo com o Simepar e a Defesa Civil. A previsão é de que praticamente todas as regiões do Estado registrem baixa umidade relativa do ar e temperaturas altas entre os dias 7 e 15 de setembro.

De acordo com a previsão do instituto, a média da umidade relativa do ar mínima para a semana pode ser inferior a 20% nas regiões Norte e Noroeste e menor do que 30% nas regiões Central e Sudoeste do Paraná. Somente o Litoral deve registrar umidade relativa mínima superior a 60% no período.

Já a temperatura máxima média deve ser superior a 30ºC em quase todo o Estado. Nas regiões Norte e Noroeste, os termômetros podem registrar uma anomalia de temperatura de até 8º C, que significa que as temperaturas estarão acima das médias históricas para o período.

RECOMENDAÇÕES

Quando as condições climáticas apontam para altos riscos de incêndios florestais, a Defesa Civil emite alertas às unidades regionais dos bombeiros, para que a corporação possa atuar de maneira mais ágil aos focos que surgirem.

Em agosto, por exemplo, a Defesa Civil emitiu outros alertas de alto risco para todo o Estado entre os dias 18 e 23, o que ajudou o Estado a atuar contra os focos que surgiram pelo Paraná.

“É importante que a população se sensibilize nestes momentos para evitar qualquer incêndio e para avisar os bombeiros quando avistar um foco. É preciso ficar ainda mais alerta em locais remotos, onde os incêndios podem ser de maiores proporções”, alertou o integrante da Defesa Civil, Marcos Vidal da Silva Junior.

Incêndios disparam em Apucarana

Reflexo direto da estiagem, chamados de incêndios ambientais têm congestionado as linhas do Corpo de Bombeiros de Apucarana. A corporação tem sido acionada para vários focos na cidade e não tem conseguido atender todas as ocorrências, muitas registradas ao mesmo tempo. O Corpo de Bombeiros informou que apenas nesta quarta-feira foram mais de 100 chamados, muitos do mesmo incêndio.

O número de incêndios atendidos pelo 11º Grupamento dos Bombeiros de Apucarana aumentou 88% entre 3 julho e 3 de setembro deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado. Foram 257 casos nos últimos dois meses contra 136 no mesmo período de 2023.

Prejuízos também são grandes na zona rural. Ontem, o fogo destruiu aproximadamente 1 alqueire de uma plantação de trigo, em uma propriedade localizada na saída para Arapongas, próximo ao Cemitério Portal do Céu. Outro incêndio florestal de grandes proporções consumiu cerca de 10 alqueires da zona rural de Rio Bom.

Em Apucarana, o agricultor Claudio Lourenço conta que conseguiu salvar sua plantação de trigo a tempo, entretanto, as chamas continuavam queimando a área de mato até a tarde desta quarta-feira (4). Há indícios de que o incêndio seja criminoso.